Seguidores

7 de dezembro de 2012

Cristina Kirchner flertando com o autoritarismo!


"É um estranho desejo buscar
o poder e perder a liberdade."
Francis Bacon

A presidente da Argentina Cristina Kirchner vem travando desde 2009 uma guerra fria nos bastidores da política argentina contra um dos mais poderosos grupos da imprensa portenha – Grupo Clarín. A maior holding multimídia da Argentina luta contra a Lei da Mídia que obriga a empresa a se desfazer de parte considerável de seus ativos.

O Clarín conseguiu nesta data a prorrogação da medida cautela impetrada contra dois artigos da referida lei. A medida foi tomada na véspera da data designada pelo governo de Cristina para executar o artigo 161 da lei, que obrigaria a empresa a vender parte de suas emissoras de TV à Cabo e Rádios.

A lei é controversa e defendida por alguns e questionada pela imprensa estrangeira que não entende sua necessidade e a chama de Lei Anti-Clarín.

Até o ano de 2008 a relação entre o grupo Clarín e a presidenta Cristina era de lua de mel. A partir de 2009 o jornal passou a defender os ruralistas argentinos contra o governo de Cristina. Passa então a adotar um tom oposicionista ao governo dela em todas as emissoras de seu grupo.

A promulgação da Lei de Mídia foi à forma que o governo argentino encontrou para enfrentar seu opositor na imprensa e minar sua força, tirando de seu poder ativos importantes tanto na TV a cabo como promovem estatização do papel jornal, intervindo na fábrica que produz o jornal Clarín e o La Nación.

Embora alguns defendam a posição da presidenta Cristina Kirchner em relação a esta Lei de Mídia. Vejo de forma preocupante que governos tentem intervir na mídia de uma forma geral. Afinal de contas à Argentina passa por sérios problemas na sua economia, tem desemprego com taxas altas, população aflita e não é com esta lei que alguma coisa será resolvida para o povo portenho.

À distância me parece mais uma atitude típica de Hugo Chaves e não de Cristina Kirchner, mas a proximidade entre ambos deixa margem a esta interpretação, inclusive o apoio da Argentina a inclusão da Venezuela no Mercosul, algo questionado por muita gente na América do Sul e fora dela.

No Brasil em alguns momentos tivemos tentativas de discussão de medidas para controlar a imprensa, alguns devaneios que foram de imediato atacados e abortados momentaneamente.

A imprensa tem de ser livre, claro que, respeitando regras nacionais e internacionais de atuação e se posicionando sempre de forma democrática frente a quaisquer assuntos dentro de seu objetivo de levar informação e a verdade ao povo.

Quanto ao governo Cristina Kirchner fica a dúvida sobre suas atitudes não só na Lei da Mídia, mas também em relação a seu verdadeiro objetivo com relação à democracia argentina. Um país que esteve por muitos anos às voltas com ditaduras sangrentas, que cometeram crimes hediondos contra a liberdade e a vida de milhares de argentinos.

Nenhum comentário: