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22 de novembro de 2011

Precisamos privatizar os obscenos “Cargos de Confiança”

"Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."
Abraham Lincoln


Desde o fatídico governo Collor muitas empresas estatais foram privatizadas, a maioria acertadamente, outras tantas de forma equivocada, com preços de venda inferiores aos seus valores reais e com os recursos obtidos jamais aplicados no que seria a proposta inicial. Nas duas gestões FHC a privatização ocorreu com maior ênfase no país, notoriamente em SP, onde seu partido estava e continua no poder.

Com isto, milhares de cargos antes disputados pela classe política foram parar nas mãos da iniciativa privada, logo, deixaram de ser moeda de troca antes e depois das eleições.

O que fazer? Pensaram rapidamente os políticos brasileiros. Desestatizar? Não, seria muito à esquerda dos seus mais maléficos pensamentos, iria contrariar por demais suas ideologias de banheiro de rodoviária. Criar novas estatais? Não, seria um golpe muito duro e nem seus familiares iriam aprovar tal volta ao passado recente.

Então alguém lembrou que não era preciso nada disso para poder voltar a sorrir e manter seus correligionários, amigos derrotados nas eleições e os parentes próximos devidamente empregados. Mas como? Quem poderia salvar a lavoura dos corruptos? Como fazer isso sem chamar a atenção da sociedade, sem burlar as leis e as regras existentes? Como? Fácil, criando e ampliando ainda mais os chamados cargos de confiança (Assessorias, Diretorias, Chefias de Gabinetes e os indefectíveis cargos de conselheiros remunerados em grandes Estatais nas três esferas do poder público).

Então, sorrateiramente foram sendo ampliados tais cargos nos poderes legislativos, no poder executivo e no poder judiciário em menor escala. Imaginem a soma de cargos de confiança, aqueles que o político nomeia sem necessidade de concurso público, de capacidade técnica comprovada e onde os fichas sujas podem nadar de braçada, em todo território nacional.

Temos somente no Governo Federal segundo a Revista Veja 23.000 cargos. Essa quantia deve ser multiplicada por três se considerarmos os 27 Estados e cerca de 5.564 municípios. Podemos afirmar que a soma total deva chegar muito próxima a cem mil cargos.

Isso é uma obscenidade, sem contar que a maioria dos municípios esconde da sociedade quais são estes cargos e quem os ocupa. Não é a toa que quando um vereador elabora um Projeto de Ficha Limpa que inclua estes cargos, boa parte dos políticos da cidade fique de cabelo em pé.

Caso da cidade de Bauru, onde a vereadora Chiara Ranieri – DEM propôs Projeto de Lei da Ficha Limpa extensivo aos ditos cargos de confiança e está deixando muita gente preocupada. Haja sobrestamento (adiamento) de sessões e reuniões na sala do café no plenário. Seu projeto navega na Câmara desde Fevereiro/11.

A sociedade bauruense e brasileira em geral precisa acordar, precisa lutar contra esta porta aberta para a corrupção, troca de favores e falta absoluta de critérios técnicos que possibilitem o controle de quem e para que estejam sendo contratadas tantas pessoas. Privatizar é fácil, administrar com seriedade requer mesmo muita honestidade e probidade.

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