Seguidores

23 de setembro de 2010

Um assalto em SP para "matar" R. Biggs de inveja

Para quem eventualmente não conhece, Ronald Arthur Biggs nasceu em Lambeth, Inglaterra. Ficou famoso após assaltar um trem postal em Buckinghamshire, em 1963. Com a ajuda de mais 15 comparsas, roubou 2,6 milhões de libras, sendo detido no ano seguinte, juntamente com a maioria dos envolvidos. Este roubo ficou conhecido mundialmente como o Roubo do Século.

Pois se estivesse vivo ficaria corado e humilhado com o que aconteceu em São Paulo antiga terra da garoa e atual terra do PSDB. Vamos aos fatos que demonstram de forma inequívoca a fragilidade da vigilância bancária, da polícia paulista sucateada há 16 anos e da vigilância do Metrô.

Três homens armados, trajando ternos entram numa agência bancária em SP, por volta de 12:30, na Avenida Paulista coração financeiro do Brasil. A agência do Banco Santander (Ex-Banespa) fica em frente à Estação Consolação do Metrô.

Sem que os clientes percebam o trio assalta o banco e levam consigo R$ 170 mil como se estivessem agindo dentro da lei e da ordem pública. Coisa de cinema, sem tiros, sem alarde, sem alarme e sem nenhuma ação policial.

Ao saírem da agência bancária eles se dividem: Dois entram na estação Consolação do Metrô, enquanto o outro atravessa a movimentada avenida e entra tranquilamente no outro lado da estação do Metrô.

Em resumo até a noite de ontem (20/09) nenhuma prisão, nenhum suspeito, nada foi apurado pelas autoridades paulistas. Em pensar que outro criminoso de colarinho branco se expõe, fazem das tripas coração para roubar o erário enquanto os profissionais auferem o equivalente a 333 salários mínimos sem nenhum esforço ou risco.

Os grandes golpistas internacionais ficaram sem graça após saberem da facilidade e da falta de reação do nosso sistema de vigilância. Devem com certeza reclamar junto a Corte Suíça, pedindo explicações, afinal de contas para ganharem a vida no primeiro mundo passam por sofisticados sistemas eletrônicos de segurança, homens treinados e policiais que ganham salários compatíveis com sua importância para a sociedade.

Aqui os Bancos e Casas Lotéricas são iguais casinhas de criança, só não rouba quem não quer. Os banqueiros gananciosos resistem a gastar um pouco do polpudo lucro que obtém com segurança. Entrar e sair de uma agência é tão fácil que os caras roubam cento e setenta mil sem fazer barulho, sem dar um tiro e sem serem percebidos pela clientela.

Com certeza nem o gerente da agência percebeu no ato o que estava acontecendo, o pobre coitado estava vendendo seguros e demais produtos, única coisa que sobrou aos notáveis bancários nos dias de ganância atuais.

A polícia paulista (Civil e Militar) comandada pelo Governo Tucano ao longo dos últimos dezesseis anos sempre relegou os policiais ao segundo plano, além disso, jamais modernizou delegacias, IML’s, nem ao menos dotou a polícia científica de equipamentos com alta tecnologia para poder acompanhar a evolução do mundo da criminalidade. Ao contrário, sempre tratou os policiais com desprezo e desdém.

Esse é o preço que pagamos uma polícia sem condições técnicas aliada a uma Justiça fraca e omissa que ajuda o criminoso depois que são presos e condenados. Tudo conspira contra o cidadão que paga impostos.

A corrupção no Brasil não tem limites

Ela pode ser escancarada, pode ser escamoteada, disfarçada, entretanto nunca deixa de estar ao lado do poder no Brasil. Sejam eles Executivo, Judiciário ou Legislativo. O Brasil perde por ano bilhões com o “Custo Corrupção”, dinheiro jamais recuperado tendo em vista que a Justiça não move montanhas para tentar recuperar verbas desviadas em fraudes, licitações, etc.

Antigamente ouvíamos quando crianças algo sobre um tal de dez por cento (10%), que significava que a liberação de uma obra, documento ou quaisquer coisas dentro da burocracia nacional tinha este custo quase que pré-fixado. Pois hoje no nosso país esse custo inflacionou e não tem limites, não há percentual que consiga amainar a fome de poder e dinheiro dos corruptos e corruptores.

Após o fim do período em que o Brasil viveu sob uma ditadura militar, começou a ficar clara esta situação para os brasileiros, os escândalos começaram a se multiplicar a partir de 1985 quando da posse de José Sarney. Não à toa, recentemente a imprensa desvendou que o homem que já foi presidente da república havia conseguido fazer misérias com seus cargos de poder.

Nomeou amigos para cargos chaves, nomeou parentes e construiu uma rede que lhe permitiu ganhar muito dinheiro apenas e tão somente usando o sobrenome de sua família e a proximidade com o poder desde o término de seu mandato como Presidente.

Em seguida tivemos um presidente jovem, moderninho, coqueluche da elite nacional e da grande mídia. Não precisou de muito tempo, em menos de dois anos caiu em virtude de golpes que na atualidade seriam considerados infantis diante da roubalheira perpetuada a partir de Brasília.

Depois de um breve período com Itamar Franco, um dos poucos que conseguiu sair de cabeça erguida tivemos nos últimos dezesseis anos uma enxurrada de denúncias concretas de todos os tipos de atos de corrupção. A capital federal se tornou sede mundial do nepotismo, do desvio de verbas, das indicações de pessoas a cargos sem concurso público, das sombras nebulosas que se espalharam feito uma explosão atômica devastando e alastrando corrupção por todos os demais Estados da Federação.

Não tem um canto do país virgem, imune a algum golpe, desvio, ato ilícito, seja ele em órgãos públicos ou na rede privada onde alguns empresários descobriram como lucrar acima do imaginável. Empreiteiras ganham obras e licitações, pagam por fora, abastecem um mercado ilícito que continua sempre promissor.

Algumas ações da Polícia Federal costumam dar certo, nem sempre, mas alguns bandidos do colarinho branco e raros corruptores chegam à prisão. Em seguida entram em ação a segunda indústria mais lucrativa do Brasil, a dos Habeas Corpus Corporation. No dia seguinte ou no máximo em poucos dias lá estão os criminosos de volta ao seio da sociedade.

Nem sempre conseguem voltar a ocupar cargos de confiança, mas conseguem liberdade para abrir novos negócios e o principal – não devolvem nenhum centavo ao país. Perdem apenas um pouco nos gastos com seus brilhantes advogados, sem os quais não estariam livres.

Os episódios do chamado Mensalão, que existem em todos os cantos do país somados aos casos de intermediação de negócios escusos com o aval de pessoas e órgãos públicos ganharam uma dimensão astronômica. A oposição ao atual governo agora faz denúncias assim como fez o PT durante muitos anos. Mas não explicam por que onde são governo nos Estados a situação se repete com a mesma voracidade. Vide MS!

Em resumo são todos farinha do mesmo saco protegidos por leis que são escritas pelo Poder Executivo e Legislativo sem que a sociedade possa interferir diretamente. Leis que deveriam ser escritas por juristas em muitos casos são feitas pelos piores criminosos que uma sociedade por admitir.

Brasil - Um país sem futuro

Nenhum canto do mundo é perfeito, sempre temos alguma coisa que possa diminuir nosso interesse em viver fora do Brasil, seja o idioma, contrastes religiosos, clima, entretanto fica cada vez mais difícil morar neste país onde impera a corrupção, os desmandos, a injustiça social e principalmente a bandalheira oficial no poder Judiciário.

Nada é mais indecente do que a forma como nossa justiça age em nome de uma democracia que funciona e existe apenas no primeiro e segundo escalão dela própria.

Magistrados, Desembargadores recebem vencimentos dignos enquanto toda estrutura do judiciário vive a mingua, com salários e benefícios irrisórios e obscenos. Excesso de trabalho e nenhuma condição de realizá-los, ambientes imundos às vezes, sem papel higiênico e nem café em muitos Fóruns espalhados pelo país.

Um poder que dá aos políticos todas as regalias imagináveis, sem que aqueles que cometem crimes contra o erário sejam julgados e condenados para efetivamente cumprirem com as penas estabelecidas em nossos códigos antiquados, ultrapassados e totalmente desatualizados. Sem contar que ninguém é obrigado a devolver o que roubou.

No Amapá uma verdadeira quadrilha foi presa com mais de trinta envolvidos suspeitos de desvio de verba, corrupção ativa e passiva, fraudes em licitações e toda tipificação criminal possível. Eis que ontem (20/09) os elementos retornam ao Amapá, inclusive o candidato à reeleição como governador (Ficha Limpa?) e são filmados com a bandeira daquele Estado e nos braços de seus correligionários (cúmplices).

Recentemente o Poder Judiciário dando provas que trabalha para o bem estar dos criminosos decidiu que os presos condenados por tráfico de drogas teriam direito as mesma benesses dos demais bandidos. Ou seja, redução de penas, bom comportamento, indulto, etc. Uma atitude imoral e covarde para com aqueles que vivem amedrontados e presos em seus condomínios, suas casas e apartamentos sem direito a nada. Quem paga impostos não tem direito a nada, exceto de ser esfolado pela avalanche de impostos existentes.

Em São Paulo uma licitação com valores em torno de R$ 50 milhões definiu pela compra de tornozeleiras eletrônicas, algo que, nos países de primeiro mundo são usadas inclusive por artistas, autoridades e quem quer que cometa algum crime contra a sociedade.

Pois aqui no paraíso da impunidade, a (in) justiça definiu em alto e bom som que, somente irão usar as tornozeleiras aqueles facínoras que quiserem, a escolha é deles e não do sistema penitenciário.

Um absurdo que beira o inimaginável, demonstrando a total subserviência do Poder Judiciário e do Sistema Penitenciário aos bandidos. Eles mandam, eles podem tudo, eles não cumprem pena em regime fechado até o fim, eles saem por bom comportamento e tem a disposição indulto em todos os feriados do ano, celular na cela e TV além de encontros amorosos com parceiros (as).

O começo das aberrações está na indicação do Presidente da República na nomeação de novos integrantes do Supremo Tribunal Federal, instância máxima da nossa justiça. Como esses homens colocados neste cargo politicamente vão julgar com isenção seus antigos aliados?

Essa situação é impensável num país de primeiro mundo, pois é altamente permissiva e até promiscua em alguns casos, como daquele membro que nunca foi juiz de carreira e mesmo assim recebeu indicação de Lula. Ao povão vestibulares, concursos públicos ultra-rigorosos e aos amigos do poder vantagens e mordomias.

Estamos à mercê de políticos corruptos, governantes medíocres e de uma justiça tosca, atrasada, lenta e que pende demasiadamente para o lado do poder, seja ele político ou não. As coisas do povo são engavetadas e levam vinte anos para serem julgadas, numa clara demonstração de desprezo do judiciário pela sociedade.

O assassino e réu confesso Antonio Marcos Pimenta Neves foi preso, liberado para aguardar seu julgamento. Julgado, condenado está livre a dez anos recorrendo indefinidamente até quem sabe morrer e não precisar mais de advogados e nem do uso das inúmeras oportunidades que a Justiça brasileira concedeu para que um assassino confesso pudesse ficar dez anos impune.

Não vejo a OAB nem nenhuma Entidade democrática defendendo uma mudança radical nesta conjuntura atual, não existe político em solo brasileiro preocupado com esta vergonhosa situação. Não enxergo como antigamente em nosso meio juristas renomados que possam enfrentar esse corporativismo, essa indecência que aos poucos mata nossa democracia e vontade de viver em solo brasileiro.

10 de setembro de 2010

Por que rejeito votar em Dilma ou Serra

“Um bom jogador é aquele que tem a visão plena do tabuleiro, sabe que o mundo não começa nem termina na “casa” em que se está. Sabe que ela é transitória, faz parte da viagem e nunca é o destino final. Jamais haverá um bem que sempre dure ou um mal que nunca acabe. Ou seja, em qualquer fase da vida em que nos encontremos, é sempre possível mover as peças e seguir em frente. A mudança é inevitável, o crescimento é opcional”.
Autor Desconhecido


Na minha infância e juventude a ditadura militar impediu a todos de exercer o direito individual de elegermos nossos representantes aos principais cargos majoritários. Com o fim do regime e a queda dos militares veio a tão sonhada democracia e para variar no Brasil começou tudo errado, com pessoas erradas e a maldita síndrome da continuidade.

Ao invés de uma ampla eleição popular o que tivemos de aturar foi uma aliança do bem versus o mal numa eleição indireta, onde o mal esteve encarnado em Paulo Salim Maluf, homem de confiança do regime que foi derrotado por Tancredo Neves cuja única coisa ruim em seu propósito era seu vice José Sarney do Maranhão. O povo não votou, em seu lugar votaram os parlamentares em Brasília.

Como desgraça pouca é bobagem, antes de assumir o poder morre o político mineiro Tancredo Neves e assim tivemos de engolir um dos piores presidentes que o Brasil já teve. Ele pavimentou sua maléfica carreira política e construiu uma duradoura estrada que perdura até os dias atuais, os escândalos não nos deixam mentir sobre isso.

Em 1989 tivemos pela primeira vez a chance de eleger alguém ao cargo de presidente de nosso país e ao contrário do que todos sempre reclamam as opções no primeiro turno daquele pleito eram muitas, de todos os segmentos, ideologias e partidos. Tínhamos Ulisses Guimarães, Mário Covas, Brizola, Aureliano Chaves, Maluf (de novo), Gabeira, Ronaldo Caiado, Enéas, Roberto Freire, Collor e Lula, para ficar entre os principais nomes.

Mas a sociedade votou em peso em Collor e Lula, o primeiro era o candidato da classe média e preferido da mídia enquanto Lula era o sindicalista que havia participado da fundação do PT e era a opção dos trabalhadores e oposicionistas a tudo que havia no país até aquele momento. Venceu a classe média e as elites elegeram o carioca governador de Maceió, que foi deposto dois anos depois envolto a suspeitas que nos dias de hoje valeriam apenas uma página de jornal.

Itamar Franco seu vice então assumiu o poder em 1991 e levou o mandato até o seu final conseguindo eleger seu então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Seu governo foi razoável, seu mérito maior foi dar condições para o próximo governo implementar medidas na economia com segurança.

Entra então no poder o sociólogo que tinha todas as idéias e ferramentas a disposição para promover as mudanças que o país tanto precisava. Seu grande mérito foi resolver o crônico problema da inflação. Lançou o Plano Real e acabou de vez com a inflação na economia brasileira.

Não resolveu os problemas de segurança, nem de saneamento básico, educação, saúde e ainda criou impostos demais (a CPMF é obra de seu governo), elevando a carga tributária e privatizando empresas de mineração, ferrovias, setor elétrico, telefonia a preços de banana e resguardando aos compradores todas as benesses possíveis para então deixar o ônus nas mãos dos consumidores. Vide a maldita Taxa da Telefonia Fixa.

Depois de longos e tenebrosos oito anos sem que os funcionários públicos federais tivessem um só reajuste salarial à sociedade cansada do modelito tucano resolve apelar e votar em Lula e sua trupe petista sindical.

Lula assume em janeiro de 2003 e aos poucos faz com seus eleitores percam a esperança de um governo voltado para o povo e em particular para a sofrida classe média. Conseguiu em oito anos elevar ainda mais a carga tributária, o que parecia ser uma tarefa impossível depois dos tucanos. Defendeu a CPMF até sua extinção pelo Congresso Nacional, a falta de combate a corrupção, não apoiou reformas políticas, tributárias nem implantou nenhum grande projeto educacional ou de saúde pública que minorasse a situação da sociedade brasileira.

Marcou sua gestão por viagens infindáveis ao exterior, por discursos engraçados tanto quanto estapafúrdios. Nos seus dois mandatos a corrupção correu solta e teve amparo total do seu governo e ao final quer nos fazer engolir sua candidata Dilma goela abaixo em outubro desse ano.

A sua candidata Dilma Roussef tem uma rejeição enorme da classe média, maior talvez até que a rejeição que Lula possuía quando era chamado de sapo barbudo pelos empresários que depois de oito anos de gestão Lula estão ainda mais ricos. Ela não tem carisma, não tem experiência anterior em cargos executivos e não consegue ser unanimidade nem entre os eleitores petistas. Se vencer terá de agradecer para sempre o enorme carisma de Lula.

Quanto a Serra, nada mudará em seu mandato em relação ao que FHC fez ou tentou fazer. Vai deixar os funcionários públicos quatro ou oito anos sem aumentos salariais. Não vai fazer nada pela segurança pública, educação, reforma agrária, saúde assim como seu partido o fez em dezesseis anos de poder em SP. Ainda vai tentar privatizar o que sobrou no governo federal. Odeia investigações e CPIs em seus governos.

Gasta muito com propaganda, mas engana o povo não dizendo quantos anos levou para concluir o que enaltece. Ex. Rodoanel. Essa obra ainda não foi concluída, a tática deles foi fazer inaugurações parciais, festas, rojões e o povo sem saber que depois de dezesseis anos o PSDB não teve capacidade para terminar a tal obra.

Vive de mentiras e de propagandas, basta conversar com gente séria dos setores da saúde, educação ou segurança e toda a fanfarronice tucana cai pelo ralo. Serra é o continuísmo de Lula por incrível que possa parecer, assim como seria inimaginável dizer que Lula foi o continuísmo de FHC.

Sim, Lula manteve a mesma política tributária de FHC, manteve a mesma política econômica e não fez nenhuma reforma que prejudicasse, ou melhor, não atendesse banqueiros, usineiros e os grandes empreiteiros do país. Ainda viajou mais do que FHC pelo mundo afora.

Não ajudou a classe média que por ironia do destino votou em FHC, Lula e agora se arvora em votar em Dilma. Uma dupla ironia, visto que a classe média critica o povo pobre por não saber votar, por eleger qualquer um esquecendo-se de olhar para seu próprio umbigo, ou melhor, nos dias atuais para seu próprio e-mail.

Por tudo isso e muito mais que não cabe num artigo, rejeitarei nas urnas a mesmice, os mesmos discursos e as mesmas cantilenas de sempre, votarei em outro candidato se houver ou anularei com um sorriso na face meu voto. Chega de ser complacente com essa escória, chega de ser conivente com essa gente.

Anular o voto faz parte das opções que a frágil justiça eleitoral me franqueia, então por que não usá-la quando não temos opções inteligentes e decentes para votar.

Tem dinheiro sobrando, mas falta vontade política

O país arrecada bilhões de reais através de uma rede perversa de cobrança injusta de impostos jamais vista em canto algum do planeta. Um país onde o trabalhador assalariado e os pequenos comerciantes e industriais pagam mais impostos que os milionários.

O FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação vinculado ao MEC – Ministério da Educação lançou o Proinfância para atender os municípios com a construção de creches e pré-escolas.

Entretanto das 2003 creches e pré-escolas apenas 39 (1,94%) tiveram verbas liberadas para construção em três anos de programa. Muitas desculpas são dadas quando se coloca o problema á mesa, desculpas que não atendem a população, que não atendem milhões de crianças à espera de educação infantil.

Para o FNDE a culpa está nas prefeituras que não possuem estrutura. Para aquele órgão as prefeituras têm baixa capacidade técnica e inexperiência com licitações. É estranho que a verba não tenha sido consumida pelas grandes e médias cidades espalhadas pelo Brasil, onde estes fatores alegados não representam problemas.

Segundo o presidente da UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, além das dificuldades burocráticas dos processos licitatórios, a complexidade dos projetos exigidos atrapalha a construção. Engraçado que essas desculpas não atrapalham estes municípios na construção de obras desnecessárias e no uso irregular de verbas públicas.

O número de obras paradas supera o de obras concluídas, o que desmente em parte as afirmações acima citadas pelas autoridades responsáveis.

Como pode um país querer sediar uma Olimpíada ou uma Copa do Mundo com a respectiva construção de obras de grande vulto se não consegue sequer projetar, construir e entregar creches?

Isso que acontece no FNDE com a liberação para construção de creches ocorre também para com as verbas para construção de novas penitenciárias, habitação popular, saneamento básico, estradas e todo tipo de obras de infra-estrutura.

Ou seja, existem recursos em abundância, mas falta vontade política, falta capacidade técnica e principalmente competência do poder público em fazer com que os recursos sejam usados com parcimônia.

Quem tem a verba também não está nem ai para com o usuário final, fica colocando empecilhos, usufruindo de uma burocracia medíocre e burra para assim “economizar” o dinheiro que é da sociedade e não do departamento.

Quem poderia usufruir da verba (municípios) não possuem capacidade e nem vontade política para poder reverter à situação. Ao invés de contratar empregados qualificados preferem encher as prefeituras de assessores inúteis e sem capacitação para sequer comprar pão na esquina.

O povo fica desamparado, à mercê de uma burocracia imensa que impregna o solo infértil da política brasileira. Pagamos muitos impostos apenas para alimentar uma máquina estatal que consome bilhões com asneiras e não conseguem sequer usar o dinheiro disponível a favor da população.