Seguidores

29 de junho de 2009

Plano de carreira perfeito

Muitos empregados assalariados no país não sabem o que significa plano de carreira, outros sonham com a implantação desse sistema em suas empresas, mas na verdade só o nosso congresso nacional possui o mais sofisticado, mais bem elaborado e vantajoso plano de carreira do planeta.
Nem as multinacionais americanas, nem as empresas asiáticas com suas performances altamente lucrativas conseguiram até hoje implantar tão audacioso plano para compor seu menu de benefícios e vantagens na área de recursos humanos com a mesma audácia e capacidade que nossos amigos parlamentares.
Claro que, o congresso não é uma empresa, se fosse seria um prostíbulo internacionalmente conhecido por suas atuações e atos secretos já por demais divulgados aos quatro cantos do planeta. Tendo o dinheiro público como seu aliado os senadores e deputados fazem mágica e transformam água em vinho.
Os salários dos empregados dos senadores e deputados não se prendem aos salários de mercado, coisa para mortais, os dirigentes daquela casa tem seus próprios critérios para designar a remuneração dos seus subordinados.
Por exemplo: Um mordomo que ganha em média entre R$ 600,00 e R$ 1.200,00 reais no mercado de trabalho comum, no congresso recebe a soma de R$ 12.000,00 reais para trabalhar para a Senadora Roseana Sarney. Claro que o mordomo tem de ter formação universitária, pós-graduação e falar ao menos três idiomas (Português, Inglês e Maranhês – dialeto praticado pelos Sarney’s no Maranhão).
Outro exemplo clássico é o de copeira, no mercado de trabalho seu salário ficaria entre R$ 465,00 e 600,00 reais, mas no congresso a funcionária Valéria Freire dos Santos, nomeada por ato secreto para trabalhar no gabinete pessoal do Senador José Sarney (Um homem incomum segundo Lula) dando expediente de meio período recebe a quantia de R$ 2.313,00 por mês.
Se a funcionária que trabalha meio período servindo cafezinho recebe o equivalente a quase cinco vezes o salário mínimo vigente, imagine os empregados graduados e que trabalham em funções de chefia e assessoria dentro do congresso nacional? Sem precisar comprovar experiências anteriores, sem precisar comprovar escolaridade, apenas tendo Q.I. (Quem indica) e nada mais.
Assim caminha o enorme esgoto da política brasileira, onde alguns se corrompem, outros se locupletam e a maioria se omite no dever de denunciar, investigar e punir os corruptos, evitando que essa situação vergonhosa para a nossa sociedade se perpetue.

19 de junho de 2009

Denuncismo na visão de Lula

Nosso presidente realmente não pode ter um microfone ao alcance da boca que começa a vociferar asneiras que ferem a sua história e a nossa inteligência normalmente.
Quando está falando de seu governo, de seus ministros e da economia tem seus méritos e acertos, mas bastou ser cutucado sobre problemas de políticos e de ética na gestão ou no congresso que a maionese desanda feio.
Em sua defesa percebo que um de seus problemas é parar demasiadamente pouco em Brasília no seu gabinete, como está sempre em processo de milhagem pelo mundo afora, participando de posses, reuniões, batizados e outras bobagens mais, raramente tem tempo para ver e ouvir o que se passa no Brasil.
Desse modo quando vai emitir sua opinião, ela geralmente está fora do que se espera de um presidente e muito longe do que se imagina ser a opinião de um líder de uma nação como o Brasil.
Em sua passagem por Astana no Cazaquistão, veja até onde chega o nosso presidente em suas viagens, vai aonde ninguém jamais sonhou em ir um dia.
Mas voltando ao presidente, os intrépidos repórteres perguntaram a Lula, o que ele achava do discurso de José Sarney na tribuna do Senado quando o dono do Maranhão se defendeu de inúmeras denúncias de empreguismo, nepotismo e outras coisinhas mais. Nosso presidente então disse que: “Considera Sarney uma pessoa séria, e que todas as evidências não passam de simples denuncismos da nossa imprensa e que fica preocupado as denúncias não tem fim e depois não acontece nada”.
Uma boa parte do povo brasileiro também está até as tampas com essa pouca vergonha de tanta denúncia e nenhuma punição. A impunidade, aliás, é um dos maiores incentivadores dessa baderna que acontece no Brasil há muitas décadas. Quem dera as denúncias fossem realmente apuradas, houvesse julgamento e punição para os culpados, sejam os denunciados ou aqueles que eventualmente tenham feito denúncias vazias.
Quanto à opinião de Lula sobre Sarney, em que pese ser o maranhense do PMDB um aliado dessa gestão, fica difícil achar alguma seriedade num político que indicou diretores para cargos inexistentes no Senado, um homem que é junto com sua família dono de um Estado cujo povo passa necessidades básicas enquanto seus aliados estão cada vez mais milionários.
É certo que ao indicar parentes e amigos pelo Brasil adentro, o Senador Sarney o faz com muita seriedade e disso ninguém duvida senhor Lula, quem dera ele apenas lutasse pelo povo. Cumprindo sua obrigação para com seus eleitores e a nação com a seriedade e a ética tão ausente naquela casa do povo.
Sarney está no poder desde sempre, seus tentáculos estão nos alicerces do congresso nacional, uma apuração rigorosa levaria o senador maranhense a cassação com certeza absoluta. Mas outros crimes e outros deslizes até mais graves já foram perpetuados por outros senadores e nada aconteceu.
Bons tempos em que o sindicalista e candidato Lula defendia a ética, a soberania, a honestidade e transparência dos políticos e governantes, bons tempos, tempos de greves no ABC em favor dos operários e demais trabalhadores, tempos de um homem que defendia a verdade acima dos cargos e nomes.

10 de junho de 2009

Rebanho de "Jabutis"

O Ministro da Defesa Nelson Jobim, ao defender a demissão de vários assessores ocupantes de cargos de “confiança” na Infraero usou a denominação “Jabotis nos galhos”. Disse textualmente que “Se estavam lá é por que alguém botou, por que Jaboti não sobe em árvore”. O ministro ainda confirmou que muitos desses “Jabotis” não eram sequer conhecidos pela administração.
A maioria deles foi colocada na Infraero dentro do pacote de bondades do governo para com o PMDB, o maior sanguessuga da nossa política. As indicações dos cerca de noventa e oito empregados sem concurso e sem critérios é fato corriqueiro no país, e se falta vergonha e patriotismo sobra candidatos a aspones (Assessores de Coisas Nenhuma).
Se na Infraero que sempre está nas paginas dos jornais como uma empresa inchada, mal administrada e que não consegue de forma alguma tomar conta dos nossos aeroportos, imaginem no resto desse imenso país quantos “jabotis” estão pastando às custas do nosso suado dinheiro?
Além do governo federal, dos estaduais, dos municipais ainda temos jabotis no congresso nacional, nas assembléias legislativas, nas câmaras e também nas autarquias e fundações espalhadas por todo nosso vasto território. São milhares de cargos criados exclusivamente com a finalidade de contemplar partidos políticos em troca de favores e votos que contrariam a vontade popular e os mais lícitos interesses do conjunto da nossa sociedade.
O jaboti tem como uma de suas características a casca grossa para protegê-lo no mundo animal, pois no mundo da nossa política sórdida o “Jaboti” que ocupa cargo de confiança também às vezes é casca grossa, trata mal seus interlocutores, desaparece do serviço público como se fosse um imenso tatu.
A proliferação de Jabotis começa sempre nos anos eleitorais após as negociações entre partidos e as composições das futuras e odiosas “bases eleitorais”. Ao assumir o cargo, o partido vencedor já sabe de antemão da cota de “Jabotis” que terá de arrumar para saciar a sede de poder dos seus aliados.
A venda de empresas estatais que alguns políticos cínicos chamavam de cabide de empregos diminuiu para eles mesmos o poder de barganha, restaram poucas empresas nos governos e o jeito foi entrar no seio dos governos, em áreas ministeriais e suas autarquias e fundações.
O certo é que se fossemos exportar carne de “jabotis” teríamos lucros exorbitantes e com certeza seria um alivio para os cofres públicos em seu mais amplo sentido, pois além do recurso da venda teríamos a economia de estarmos privados de figuras tão nocivas quanto patéticas no meio do funcionalismo público e estatal brasileiro. Onde, diga-se de passagem, a maioria é séria e muito profissional.

A violência dentro e fora dos estádios

Mais um torcedor perdeu a vida nesta semana antes de chegar ao estádio para assistir um jogo de futebol entre o Corinthians e o Vasco da Gama. Não foi o primeiro e nem será o último, visto que as autoridades policiais, judiciais e do governo federal não querem mesmo acabar com essa situação que privilegiam marginais em detrimento das famílias que gostariam de freqüentar os estádios brasileiros.
Muitas idéias surgem sempre que um homicídio ocorre, mas nenhuma dessas brilhantes sugestões é capaz de evitar novas mortes. São idéias pequenas, são factóides que não atacam o cerne da questão da violência fora e dentro dos estádios de futebol.
Ainda estão discutindo se devem ou não banir torcidas organizadas, se devem ou não cadastrar torcedores que compram ingressos, se deve ou não proibir isso ou aquilo. Na verdade várias são as medidas que deveriam vigorar desde vinte anos atrás.
A primeira medida é acabar com o fim da impunidade que rola solta mais do que as bolas nos campos de jogo. O elemento suspeito de ter assassinado o rapaz em São Paulo, foi preso, identificado e solto. Sim solto, ele é Leonardo Scorza Pereira carioca, membro da Força Jovem do Vasco e estava dentro da sede da Mancha Verde quando foi preso. O meliante é suspeito da morte de um torcedor do Flamengo no Rio de Janeiro.
Como que alguém suspeito de um crime pode estar nas ruas para cometer outro crime semelhante, mas em cidades diferentes?
Quem soltou o marginal? De que adianta proibir a entrada de bandeiras nos estádios paulistas se entram criminosos livres e impunemente?
Enquanto a polícia não estiver preparada efetivamente para punir e coibir com medidas preventivas essa escória de andar livremente nas ruas, não somente os torcedores nos estádios correm perigo, mas sim, o conjunto da sociedade. A justiça brasileira é omissa e lenta, recheada de leis, que na sua maioria são repletas de benesses e vantagens aos criminosos. Leis de primeiro mundo vigendo em país de terceiro mundo que sonha em realizar grandes eventos.
É preciso reescrever as leis no Brasil, tirar dos seus meandros tantas liberalidades, tantas hipocrisias, é preciso que se tenhamos leis aplicáveis da mesma forma que o fazem países sérios do primeiro mundo. Rigor, não mata ninguém, impunidade sim.
Realizar jogos de uma torcida só é o atestado ISO 21.000 que se concede ao Estado que não tem capacidade alguma de defender a sociedade que lhe remunera com pesados impostos. É o atestado de incompetência final.
As torcidas organizadas devem ser banidas imediatamente da face do esporte. Os dirigentes esportivos que interagirem com essa escória devem igualmente ser defenestrados do comando de seus clubes. O elemento que brigar dentro ou fora do estádio deve ser fichado e proibido de assistir jogos de quaisquer modalidades por cinco anos. Se houver crime contra o patrimônio ou a vida, o rigor da lei deve ser o maior possível.
O resto é balela, conversa mole de comentaristas esportivos e procuradores a fim de aparecerem na mídia ou conseguirem se eleger no futuro à custa desse assunto.

4 de junho de 2009

Dengue, febre amarela e Copa do Mundo

A escolha das doze cidades que irão compor as sedes brasileiras para a Copa do Mundo de 2014 neste domingo de maio em 2009, deixou os aficionados por futebol em êxtase, entretanto preocupa e muito o conjunto da nossa sociedade com relação aos muitos bilhões de reais que serão desviados e não aplicados em saúde e educação.
Um país cuja saúde pública ainda é vitima da dengue, febre amarela e que enfrenta carências de toda ordem deixando sua população mais pobre sem atendimento médico, priorizar a festa do futebol é no mínimo uma insensatez.
Um país que camufla suas mazelas enrustidas no interior de seu vasto território, com números medianos nas suas capitais podem até enganar alguns incautos, porém jamais vai iludir o povo sofrido que vive em condições desumanas privadas de saneamento básico e que ainda sobrevivem nas mais primitivas condições de moradia.
Nas últimas décadas nossas estradas estão se esfacelando sem que nenhum dos cinco últimos presidentes que lá estiveram desde 1989 (Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula) tenham feito algo para arrumar os caminhos a serem percorridos pelos nossos veículos. Aliás, obras de infra-estrutura quase não foram erguidas nesse mesmo período. Agora elas fazem parte dos cadernos de interesse das cidades escolhidas pela Fifa para serem candidatas a sedes da futura copa.
Nossos políticos querem aparecer e a realização de uma copa do mundo é um excelente negócio para ficarem em evidência na mídia. Enquanto isso a educação sobrevive com índices medíocres e com os professores recebendo salários miseráveis. O SUS é um arremedo de sistema de saúde, uma brincadeira de mau gosto para com o povo brasileiro. A segurança pública inexiste.
Não temos índices de desenvolvimento humano aceitáveis, temos uma corrupção altíssima e números medianos para um país de terceiro mundo, mas nem isso e nem nada nesse mundo irá parar o ímpeto dos oportunistas que queriam a realização de um evento mundial em nosso país.
A recente realização dos Jogos Pan Americanos do RJ em 2007, não foi suficiente para acordar a nossa sociedade, bilhões foram gastos, obras foram superfaturadas, mentiras orçamentárias, falta de definição para aproveitamento dos investimentos, dinheiro jogado no ralo e muitas praças esportivas em pleno estado de abandono dois anos após o fim dos jogos.
A maior ironia de todas é que a copa do mundo será para turistas que vão trazer recursos do exterior para o Brasil, sendo assim, não é um evento para brasileiros, prioritariamente os torcedores de outros países terão mais facilidades para a compra dos ingressos do que os nossos torcedores. Até por que os preços dos ingressos serão compatíveis com espetáculos internacionais, proibitivos para os bolsos do povão que recebem salários mínimos.

3 de junho de 2009

O pedreiro e o deputado

O Brasil é um dos poucos países no mundo onde uma lei tem duas interpretações claras, a jurídica que normalmente pune os mais pobres e a interpretação política que é branda com os poderosos, os políticos e os mais abastados da sociedade.
Isso vem desde os tempos do império, nunca mudou e dificilmente vai mudar um dia, pois já está enraizado de tal forma que virou uma lei oficiosa que sobrepõe até a constituição do país.
No ano passado foi implantada a famosa Lei Seca, para punir os motorista que forem flagrados ao volante embriagados. O limite de dosagem alcoólica permissível é o menor possível, a multa altíssima e a possibilidade de cadeia para os infratores deixou a população com uma forte expectativa de que o problema seria finalmente sanado em nossas ruas e estradas.
O bafômetro passou a ser um equipamento de muito uso e a cada acidente sua utilização passou a ser fundamental para poder detectar o grau de álcool no sangue dos motoristas envolvidos. No começo boas notícias, diminuição dos acidentes nas estradas e nas cidades mais fiscalizadas.
Campanhas publicitárias incentivando as pessoas a não ingerirem álcool quando forem dirigir. Rodízio entre amigos conscientes para que um entre eles não estivesse bebendo, sendo responsável por guiar o veículo na volta para casa, etc.
Entretanto, alguns problemas não foram equacionados e nem serão com facilidade, visto que, o poder público não leva a sério o suficiente às coisas da sociedade para as quais é o responsável. A fiscalização constante e o cumprimento das leis independente de quem esteja ao volante ou de quem seja o motorista embriagado.
Até por que muitos são os casos de motoristas sem a habilitação rodando impunemente por nossas ruas, avenidas e estradas sem serem importunados por policiais do trânsito ou rodoviários. Não é a toa que estamos vendo dezenas de casos de motoristas que invadem a contra-mão de estradas movimentadas do país, colocando em risco vidas de terceiros.
Quanto ao outro problema que diz respeito ao cumprimento da lei seca, dois casos recentes exemplificam como funcionam o poder policial e a justiça no Brasil.
No Paraná o deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB-PR), com vinte e três infrações por excesso de velocidade, carteira cassada e alcoolizado provocou um acidente que culminou com a morte de dois inocentes.
Em Osasco – SP, um pedreiro sem habilitação, embriagado sobe na calçada e mata uma mulher de 30 anos, grávida de gêmeos de forma instantânea.
A diferença é que o Deputado está livre, não será preso e o pedreiro está na cadeia como deveria e terá muitas dificuldades para se defender. Esses dois fatos não são tragédias e sim crimes contra a vida humana, merecem todos o rigor da lei, mas serão tratados de forma diferente e o mais rico e poderoso escapará impune
.