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25 de julho de 2008

O governador imune as leis de trânsito

De que adianta a nova lei seca para punir motoristas que venham a dirigir após consumirem qualquer bebida alcoólica se ainda temos de conviver nos noticiários e no trânsito com casos de fragrante desrespeito por parte de quem deveria dar o exemplo.
No Rio de Janeiro, ninguém menos que o governador do Estado Sr. Sérgio Cabral já soma 34 pontos na carteira de motorista esse ano e mesmo assim não teve a sua habilitação suspensa como aconteceria aos cidadãos normais em todo país.
O Governador barbeiro teve multas por excesso de velocidade, conversões proibidas, avanço de sinal vermelho, dirigir usando celular e pasmem, ele conseguiu transpor barreira da polícia sem ser alvejado ou admoestado pela autoridade no local.
O Governador voador conseguiu contabilizar 23 multas e 69 pontos na CNH se computados o período de 2005 até o momento. Sendo que dessas apenas 18 multas foram pagas.
Engraçado, quando vamos recorrer de uma multa, nos dizem que é necessário pagar primeiro e depois recorrer. No caso do governador ele conseguiu com muita sorte deixar de pagar as multinhas sem que tivesse de enfrentar toda aquela burocracia.
A lista negra na cidade maravilhosa inclui alguns outros políticos famosos, Jandira Feghali (PC do B), Filipe Pereira (PSC), Marcelo Crivela (Bispo e Político profissional) do PRB, entre outros menos conhecidos.
Claro que não somos ingênuos para achar que somente no Rio de Janeiro existam políticos e demais autoridades na mesma situação. Devem ter e muitos espalhados pelo Brasil afora, onde o cargo que exercem ou o sobrenome da família conseguem sobrepujar a lei, seja ela seca ou molhada não importa.
E tem motoristas que tomam uma única multa e por ser em classificadas como gravíssimas ficam sem a CNH por três meses, pagam multa pecuniária e ainda tem de freqüentar curso no Detran.
Isso prova mais uma vez que as leis no Brasil não são feitas para punir infratores, mas sim arrecadar dinheiro para o Estado, que não investe em educação e segurança e ainda por cima tal qual o governador carioca sequer se preocupam em dar o exemplo.

22 de julho de 2008

Sede para arrecadar, mas só para arrecadar!

Os professores da rede estadual de ensino do Estado mais rico da nação vivem reclamando que seus vencimentos e o piso da categoria são menores que boa parte dos demais Estados da confederação. Esta situação vergonhosa de desrespeito à categoria dos educadores paulistas já vem de muitos anos, e só tem piorado nos últimos quatorze anos, desde que, o PSDB tomou posse de SP.
Como podemos ter um ensino de qualidade se nossas escolas estão caindo aos pedaços? Como podemos exigir qualidade se as verbas para treinamento e qualificação dos mestres são escassas? A maioria das escolas não tem segurança alguma, alunos agridem professores e funcionários amedrontados. Roubos de equipamentos são tão comuns quanto assalto à mão armada nas imediações das escolas.
Em Bauru, foi instituída uma taxa anual para que a população possa custear a manutenção dos equipamentos do Corpo de Bombeiros, que até provem em contrário é pertencente a Policia Militar e faz parte do Estado de SP. Nada contra essa instituição valorosa, que conta com homens sempre apostos a nos encher de orgulho em todos os cantos do país, mas a sociedade já paga impostos demais da conta.
Os policiais civis do Estado de São Paulo em assembléia decidiram que irão deflagrar uma greve a partir de Agosto/08, em virtude dos parcos salários que recebem do Estado de SP.
É triste perceber que um Estado que é uma locomotiva para arrecadar age como se fosse uma Maria Fumaça na hora de pagar seus parceiros e colaboradores. O IPVA e o ICMS aqui é maior que no país inteiro, só para ficar em dois itens.
Essa característica ao lado da sede de privatizações são as piores facetas do PSDB. É abominável à forma como destratam, humilham e querem apunhalar pelas costas seus servidores públicos. Se os professores, bombeiros e policiais têm problemas com salários, é dispensável falar dos demais funcionários públicos do Estado.
Foto de Mastrangelo Reino/Folha Imagem.

21 de julho de 2008

Os viajantes

Lula e sua aeronave
Segundo alguns dados estatísticos que não posso atestar a veracidade, o nosso Presidente Luís Inácio Viajandão Lula, ficou aproximadamente 82% do seu mandato fora do seu gabinete de trabalho (sic), entre viagens pelo Brasil e para o exterior.
Raramente ouvimos falar desde 01/Jan./2003 até ontem 20/Jul./2008, em exatos 2.027 dias sobre reuniões ministeriais, planejamentos setoriais, estratégias discutidas em grandes fóruns com pessoas e setores interessados. Apenas e tão somente ficamos sabendo que Lula está fora de seu gabinete em Brasília.
Ficou mais fora do que dentro de Brasília, o que a essa altura já nem sei dizer se é benéfico ou não para o país, pois quando está em seu gabinete não produz nada que chame a atenção do país. Que continue viajando então, tal qual FHC o fez com maestria durante oito anos igualmente perdidos.

Outro que viaja, mas somente na maionese!
Temos visto e lido nos jornais alguns posicionamentos por demais estranhos do Presidente do STF. Não à toa em Mai/2002, o brilhante jurista Dalmo de Abreu Dallari alertava a sociedade para o erro que seria a indicação de Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal.
A trajetória do Sr. Gilmar é tortuosa, pois foi assessor próximo de Collor, depois habitou o Palácio do Planalto auxiliando FHC e agora está na presidência do STF, acusando juízes e tribunais, chegando a afirmar que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”. Opinou favoravelmente aos candidatos com processos e nome sujo na praça ao invés de defender que os mesmos tenham o nome limpo antes de se candidatarem a cargos públicos. É preciso que a comunidade jurídica esteja alerta para acompanhar as decisões de tão importante peça da Justiça nacional.

Viajando nos legumes
Desde que foi empossado como Ministro da Agricultura, o ex-Ministro da Previdência tem demonstrado, ou melhor, não tem demonstrado nenhuma intimidade com o setor que agora ocupa. É uma pena, pois a produção de alimentos nunca foi tão importante como agora para a humanidade.
Um homem que entende de previdência ser colocado à frente da pasta de agricultura é o mesmo que pedir a um engenheiro que conduza uma cirurgia num hospital. Incoerente, prova disso, desde que tomou posse não tivemos por parte daquele ministro nenhuma ação que possa desmentir sua pífia atuação.
Não temos planejamento nenhum, não temos estoques reguladores, o preço dos insumos e fertilizantes disparou e o governo fica alhures completamente sem exercer nenhuma pressão que venha a equilibrar a difícil tarefa dos agricultores em manter a produção com preços compatíveis com seus custos.

10 de julho de 2008

Coisas que não tem desculpas

O assassinato do menino João Roberto de três anos de idade nas ruas do Rio de Janeiro por policiais inaptos, totalmente despreparados para o exercício da função é uma das coisas nesse país para as quais não se espera desculpas, a morte não tem desculpa e sim responsáveis diretos e indiretos.
Os pais e familiares do menino morto de forma absurda quando estava dentro do carro da família, no banco traseiro ao lado de um irmão com meses de vida é um desses atos abomináveis que ferem a lógica da profissão daqueles que na rua estão justamente para proteger a vida do cidadão comum.
Os culpados diretos são os policiais que dispararam suas armas a esmo, sem um mínimo de inteligência, deixando de levar em conta todos os fatores próprios para a situação. Esqueceram como num passe de mágica o treinamento que tiveram na academia e se colocaram no lugar dos bandidos que fazem isso com constância em nossas ruas.
Os culpados indiretos pela barbárie cometida pelos soldados é o Comando da PM carioca e em primeiro plano o Governo Estadual do Rio de Janeiro. Ao invés de brincar de fazer jogos pan-americanos e sonhar com a realização de Olimpíadas, deveriam estar trabalhando noite e dia pela segurança da sociedade daquele Estado.
A falta de investimento nas policias civil e militar aliada a falta de coragem dos governantes para executar uma limpeza nos porões daquelas instituições são os maiores responsáveis por mais esse crime. Claro que vão se somar ao crime do seqüestro do ônibus, aos inúmeros atentados contra a vida cometidos por policiais iguais ou até piores que os que cometeram esse crime bárbaro e sem justificativas.
O Governador deve sim, pedir desculpas, mas não para a família do menino João Roberto, deve pedir desculpas de joelhos a toda sociedade do Estado do Rio de Janeiro, pois está no poder há mais de 18 meses e ainda não disse ao que veio no que tange a segurança pública.
Enquanto não houver uma reestruturação séria nas policias civis e militares em todos os Estados, em particular no Rio de Janeiro, ficará difícil acreditar que o Estado vencerá a criminalidade em nosso país.
Essa reestruturação passa pela unificação dos comandos, pelo investimento pesado em alta tecnologia e o uso da ciência em prol do combate ao crime organizado, compras de novos equipamentos de uso (armas, coletes, munição pesada) bem como, a estruturação completa desde a aceitação do soldado até a sua formação e liberação para atuação nas ruas.
É preciso que o Estado faça uma revisão nos salários pagos, seguros de vida, benefícios e principalmente dotar as corporações de condições para aquisições de casas próprias e veículos para deslocamento de suas casas aos quartéis. É inimaginável que um soldado entre num trem cheio de marginais para chegar ao quartel.
Para isso seria necessário à abertura de linhas de crédito através do Banco do Brasil, CEF ou BNDES, afinal jogam dinheiro fora todos os dias para financiarem absurdos, então por que não dotarem as forças policiais de condições decentes para poderem exercer suas nobres funções?

A chacina na Santa Casa de Belém - PA

Em contraste absoluto com a fortuna arrecadada mensalmente com impostos em todo país a saúde pública do Pará agoniza e vê a Santa Casa de sua capital fornecer números assustadores e dignos de um país de terceiro mundo. O difícil é aceitar depois que números favoráveis sejam divulgados levando em consideração o bom desempenho do sudeste, o que faz com que a média seja regular no âmbito do país.
Desde o início do ano até ontem morreram duzentas e sessenta e duas crianças recém nascidas na Santa Casa de Belém do Pará. Um número assustador que faz com que tenhamos um óbito a cada dezessete horas aproximadamente.
O governo estadual que está nas mãos do partido do presidente Lula desde 2006, deve explicações imediatas à sociedade brasileira e desculpas ao povo paraense. Não adianta dizer que as coisas estavam assim ou assado, pois impossível à governadora dizer que não tinha tomado conhecimento da situação antes ou durante esse período.
Quantas crianças terão de morrer até que Lula e a Governadora do PT do Estado do Pará consigam fazer alguma coisa de concreto e inteligente para evitar que mais um óbito aconteça por falta de profissionais competentes, higiene e uma administração digna de um hospital público?
De janeiro a julho praticamente uma criança recém nascida morreu por dia no interior imundo dessa Santa Casa, sem que nenhum medico, nenhum burocrata medíocre ou algum político tenha tomado alguma providência. Claro, a morte não era de nenhum de seus parentes e sim do povo pobre do norte do Brasil.
Nessas horas eu pergunto, por onde andam os membros daquele movimento natimorto coordenado pela OAB apelidado de “CANSEI”? Aliás, será que ao menos um advogado trabalhará gratuitamente para os pais que perderam seus filhos poderem processar o Estado?
Aos ricos o Incor aos pobres a Santa Casa de Belém do Pará, pois é assim que se viram os políticos que passam mal, pegam um jatinho fretado pelo governo ou empreiteiras e voam para SP, para poderem se cuidar no melhor hospital do coração do Brasil. Enquanto isso o povo vê seus recém nascidos morrerem no meio da sujeira e da hipocrisia de um sistema falido de saúde.
O povo paga imposto compatível com países do primeiro mundo e recebem em troca saúde de países africanos, habitação em palafitas, segurança parecida com a do Haiti. Enquanto isso Lula viaja pelo Vietnã e faz discursos incompatíveis com a nossa realidade. Será que algum burocrata federal esteve em Belém de janeiro a julho para relatar ao presidente a chacina que está em curso na Santa Casa?
A cadeia é pouco para os responsáveis diretos e indiretos por tal descaso e pela omissão, pois se não fizeram nada desde a primeira morte ocorrida no início do ano, são criminosos e deveriam responder pelas mortes de 262 crianças em solo paraense.

9 de julho de 2008

Expandindo a tolerância zero

Como nosso governo federal resolveu dar um basta na violência no trânsito, transformando um chope em algo com alto teor alcoólico sujeito a multa pesada, suspensão da CNH e até prisão, acredito que o mesmo governo federal poderia estender essa tolerância para outros segmentos da nossa sociedade.
Que tal começarmos pela corrupção em órgãos públicos ou envolvendo pessoas ligadas ao poder público? Seria interessante que todo aquele servidor público, preso pela Polícia Federal fosse obrigado a devolver antes mesmo do julgamento aquilo que roubou do erário. Afinal o motorista suspeito não tem de pagar à multa primeiro e recorrer depois?
Em seguida deveria o governo acabar com a prática absurda de não utilizar verbas disponíveis no orçamento da união. Ou seja, após a aprovação do orçamento da união, todo valor deveria ser repassado ao fim a que se destina, evitando-se que muitas obras importantes e segmentos fiquem sem verbas para realizar seus projetos e programas nos Estados e Municípios da Nação.
Tolerância zero para os presidiários brasileiros que a exemplo de São Paulo, conseguem negociar com o poder estabelecido através de suas agendas ocultas. Ex. O presídio de segurança máxima de Pres. Bernardes tem 250 vagas, mas só é ocupado por 35 presos. Por quê? O mesmo governo que não ouve os reclamos de professores e demais funcionários públicos honestos e trabalhadores. Um governo que tem medo do PCC ou do CV não pode em hipótese alguma ser legitimado no poder.
Da mesma forma que um motorista não pode beber uma cerveja, nenhum homem público pode impedir que uma investigação do MP seja levada a diante, usando manobras sórdidas através de um bando de subservientes chamados de aliados. É fácil instituir leis que proíbem o consumo de bebidas quando se tem um motorista para dirigir seus veículos oficiais pagos com dinheiro do povo.
É preciso tolerância zero para quem não consegue dar ao povo o direito de sonhar com a moradia própria. É preciso à mesma tolerância para aqueles que não constroem presídios federais, para aqueles que não duplicam nossas estradas, para aqueles que não tem um projeto educacional que mude a estória da educação em nosso país.
É preciso tolerância zero e cartão de ponto magnético para todos os políticos em todas as instâncias do poder no Brasil. Para que sejam multados em dez salários mínimos sempre que chegarem atrasados ou faltarem às seções. É muito fácil instituir multas quando elas nunca lhe atingem, quando o elemento é imune ou ao menos age como se assim o fosse.

7 de julho de 2008

Meu voto por algumas respostas

Em outubro próximo estaremos votando no país inteiro para elegermos os vereadores e prefeitos para mais um mandato de quatro anos. Essa gente toda estará legislando e administrando as nossas ruas, bairros e enfim, nossas cidades.
Precisamos como sempre tomar muito cuidado ao colocarmos nossos votos na urna eletrônica, para não nos arrependermos mais uma vez pelos próximos quatro anos. Aliás, se arrependimento eleitoral matasse não haveria mais Brasil.
Por exemplo, na cidade de São Paulo haverá uma disputa intensa, não pelos votos tão somente, mas pelo poder que se reveste aquela eleição na maior cidade do Brasil. Os postulantes se candidatam pensando em ser governadores e até o próximo presidente em 2010. O povo, bem o povo que espere a sua vez.
Se fosse votar em São Paulo iria fazer a seguinte pergunta imaginária aos principais candidatos à Prefeito, para que eles respondessem sem subterfúgios, sem enrolação, sem meias palavras ou desculpas normalmente usadas na televisão quando dos enfadonhos programas eleitorais:

Geraldo Alckmin: Meu voto será teu desde que:
O senhor explique a toda população paulistana o porquê não permitiu junto com seu partido que nenhuma investigação fosse realizada com relação à Nossa Caixa, Caso Alstom, Privatizações do Setor Elétrico Paulista e muitas outras que somadas chegariam a setenta CPI’s? O senhor poderia esclarecer se pretende privatizar alguma empresa ou segmento do nosso município se eleito? O senhor faria novamente um contrato de Turn Key idêntico aquele do Metrô que culminou na morte de sete pessoas inocentes em Pinheiros quando do desabamento? O senhor vai fazer o quê em relação ao transporte público urbano? Por que o seu partido não conseguiu em 14 anos concluir o Rodoanel?

Gilberto Kassab: Meu voto será teu desde que:
O senhor explique quais serão verdadeiramente suas ações para conter o caos no trânsito paulistano sem que, no entanto adote pedágios ou outras saídas punitivas aos motoristas que circulem pela cidade. O senhor finalmente vai fazer algo concreto para acabar de vez com as enchentes na cidade? O senhor tem um projeto para reurbanização total da cidade? Em sua atual gestão o senhor pouco fez pela Educação, se eleito qual o seu Projeto Educacional para São Paulo?

Marta Suplicy: Meu voto será teu desde que:
A senhora conseguiria explicar o porquê não fez entre 2002 e 2005, o que agora promete fazer se eleita? Como poderemos ter certeza que em seu novo mandato teremos ações concretas e não promessas vazias como da primeira passagem pelo poder em SP? E qual será a solução que a senhora vislumbra para resolver o caos no trânsito e o problema gravíssimo da educação em SP? A cidade precisa de um choque de gestão, com soluções modernas e práticas, qual o modelo que pretende empregar?
São muitos os problemas na cidade de São Paulo, a maioria já conhecida dos candidatos, mas a cada novo mandato a cidade fica relegada ao esquecimento, os candidatos passam a sonhar com a eleição para Governador e Presidente, deixando os problemas se agravarem cada vez mais na cidade.
E por último faria a todos os candidatos uma pergunta comum para que ambos me respondessem:
Senhores candidatos a Prefeito de São Paulo:
Se eleito você conseguiria em nome dos eleitores da cidade jurar sob a bíblia sagrada que iria fazer três coisas?
1. Não aumentar, não criar e não apoiar nenhum novo imposto?
2. Não permitir, sob quaisquer hipóteses que seu ego o leve a pensar em trocar a prefeitura por outro cargo em 2010?
3. Transformar seu mandato no mandato do povo, com tal transparência, que nenhum ato pudesse ser realizado sem a total consciência da sociedade que o elegeu?

5 de julho de 2008

O que o Bafômetro não mede?

A polemica lei que está considerando embriagados aqueles que ingerirem um copo de vinho e depois forem pegos ao volante de seus automóveis irá se juntar em breve a tantas outras leis que embora rigorosas não conseguiram o efeito que imaginavam os seus autores.
Hoje temos algumas estradas e avenidas de certas cidades que estão sitiadas com tantos radares móveis e estáticos, por outro lado faltam rodovias em condições de tráfego na maior parte do país. As multas são rígidas e equivalem a dois e até três salários mínimos vigentes, mas não evitam menores ao volante, malucos na contra-mão nas auto-estradas e caminhoneiros sedados sem dormir nas nossas estradas.
Isso em resumo fez com que a arrecadação aumentasse para os nossos governantes, mas em
nenhum momento diminuiu a violência no trânsito brasileiro e o motivo é simples. De que adianta radares, multas e bafômetros se nenhum desses instrumentos consegue parar a corrupção daqueles que teriam em tese que dar o exemplo? As leis do trânsito sempre foram severas, bastaria cumpri-las com rigor e sem o maldito jeitinho brasileiro.
Os casos de corrupção registrados no Detran do Rio Grande do Sul e a quadrilha que atuava em São Paulo, onde quatorze delegados de trânsito foram afastados por terem autorizado aproximadamente 200 mil CNH’s sem que os motoristas tivessem sequer realizado os exames, dão o tom da ópera bufa que ouvimos no Brasil. Imaginem como estão os procedimentos em alguns outros Estados da Nação?
Antes de pensar em multas, radares ultramodernos que multam o motorista até dentro de sua garagem, precisávamos inventar um sistema fotográfico que multasse os corruptos e pudéssemos expor suas fotos na multa para serem exibidos em rede nacional. Ou que as fotos aparecessem nas urnas quando da votação.
Não existe em solo brasileiro algum órgão que manipule dinheiro que não tenha sido, esteja ou vai ser alvo de desvio de verbas, adulteração ou qualquer outro ato de corrupção.
Antes de pensarmos em usar o bafômetro para ver se o motorista tomou ou não um chope ou ficar na dúvida se ele ingeriu um perigoso bombom de chocolate com Rum, eles deveriam inventar um bafômetro para auferir o teor concentrado de corrupção em nossos servidores.
Precisamos urgentemente de um “corruptômetro” para percorrermos nossas seções e órgãos públicos varrendo aqueles que estiverem com uma dose mínima de vontade de roubar, desviar ou se locupletar com dinheiro público. Por motivos óbvios a operação teria de começar em Brasília – DF.

4 de julho de 2008

Distríto Federal - Um mundo a parte

Em Brasília sede do governo federal e dos poderes judiciário e legislativo do Brasil, temos um mundo à parte, quase sempre não correspondente à realidade que vivemos em nosso cotidiano. Enquanto enfrentamos um batente de sol a sol nossos representantes no Congresso Nacional, trabalham (sic) de terça a quinta quando muito e ainda podem usufruir um sem número de desculpas esfarrapadas para faltarem ao trabalho.
Não satisfeitos os exaustos parlamentares que não produzem nada pelo povo há muito tempo agora entram no melhor ano de seus mandatos. O ano de eleições municipais, quando podem escolher se ficam na solidão do planalto central ou se partem para uma aventura em suas cidades natais como candidatos a prefeito.
Para aqueles de bom senso que preferem cumprir seus mandatos conforme vontade expressa pelo povo, as coisas ficam melhores ainda, pois nesse período até as eleições em Outubro/08, eles terão 95 dias a contar de hoje para fingir que trabalham naquilo que se convencionou chamar de recesso branco (Deveria ser Recesso Negro).
Mas a cor não importa, o que fica claro é a imoralidade desse sistema dito democrático, onde um operário trabalha sob condições inadequadas muitas vezes sem qualquer benefício extra para receber um mísero salário mínimo.
O custo de cada parlamentar é obsceno, é aviltante, mas nem assim ocorre uma mudança de postura a cada novo mandato, toda legislatura começa e termina da mesma forma que as anteriores, improdutivas, imorais e sem que a sociedade tenha um único mísero motivo para comemorar.
O recesso branco não vai descontar um único centavo nos salários indecentes dos nossos parlamentares, o melhor salário do mundo se compararmos carga horária, benefícios diretos e indiretos, com a produtividade dos nossos políticos. É um acinte sem igual, que perpetua a falência moral de uma instituição secular que deveria honrar sua tradição de casa do povo.
Se computarmos de primeiro de janeiro até o dia cinco de outubro desse ano, teremos férias e recesso de Janeiro/Fevereiro + Férias de Julho + Recesso Branco até Outubro/08 + Finais de semana + Segundas e Sexta Feiras não trabalhadas = 50 dias possíveis de trabalho.
Façam as contas e vejam o quão estão cansados nossos Marajás de Brasília.

1 de julho de 2008

Uma estranha sensação de déjà vu

Paira no ar uma estranha sensação de déjà vu no ar, um arrepio que cresce à medida que vamos avançando na leitura dos jornais pela manhã. E fica cada vez mais concreto e se transforma em medo quando assistimos aos telejornais noturnos. A inflação voltou a assombrar a classe média brasileira, alimentos com preços malucos, serviços subindo sem parâmetro e o governo, aliás que governo? Sumiu? Viajou? Onde estará a equipe econômica de Lula? Disney ou seria num circo mambembe na zona leste de São Paulo?
Com o prenúncio de novos velhos dias sombrios de convivência com a inflação chegam também, por que desgraça pouca é bobagem, as greves em vários setores da nossa complicada estrutura de prestação de serviços. Ontem começaram as passeatas justíssimas dos professores da rede estadual, hoje estão em greve os corretos profissionais dos correios, amanhã serão outros e mais outros, até que tenhamos os mesmo discursos nas portas de fábricas e a única diferença é que nessas portas de fábricas não estarão dois personagens por demais conhecidos, o PT e o Lula.
Agora no poder, eles estarão do outro lado da rua com a mesma velha polícia e seus métodos violentos de combater, ou melhor, conter os reclamos de uma sociedade que se acomodou demais e que hoje paga por seus erros, seus votos e seus sonhos de um país melhor e mais justo. Utopia juvenil que jamais sairá do papel de bala, balas perdidas que nos perseguem nas ruelas do Rio de Janeiro e que nos buscam nas favelas paulistanas sem que possamos ao menos fugir para o primeiro aeroporto sem crise aérea.
O caos do transporte urbano já chegou à maior cidade da América Latina, o individual venceu o coletivo sem medo e agora vive apavorado sem saber que caminho seguir, a verdade é que não há mais caminho, tudo não passa de um enorme congestionamento. O trânsito está completamente parado assim como estão parados os nossos governantes há vinte anos. Soluções existem, mas estão todas nas gavetas dos burocratas que insistimos em eleger a cada quatro anos.
A inflação volta depois de vencer o plano real, entretanto temos de admitir que tudo venceu a inflação menos os nossos reajustes salariais. Essa perversa fórmula neoliberal que perpetua o crescimento dos contratos com empreiteiras acima dos nossos vencimentos, do aluguel, dos alimentos, dos combustíveis, dos serviços, dos preços do governo, tudo enfim, subiu acima dos índices oficiais da inflação no plano real, mas agora é real, ela voltou e veio para ficar pois não terá combatente a altura no planalto central.
Lula vai alegar que estava viajando e que não sabia de nada. Inflação? Que inflação? Isso é coisa da cabeça do povo, esqueçam isso.
O mundo evolui, a China se torna uma potência econômica, até Cuba dá sinais de evolução política e econômica, só o Brasil anda para trás, dispara tiros de festim para comemorar o nada e perde a chance de aniquilar seus medos de um passado que se pensava distante.