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27 de dezembro de 2008

O crime dos precatórios

A dívida dos governos estaduais e municipais para com o pagamento de precatórios alimentares e indenizatórios chegou à casa dos R$ 100 bilhões esse ano no Brasil. É uma vergonha, uma imoralidade sem tamanho e um crime, na medida em que setenta mil pessoas já morreram em SP sem receber aquilo que já tinha sido julgado e transitado em favor dos mesmos.
Somente no Estado de São Paulo, o valor ultrapassa R$ 18 bilhões e deixa à mostra um viés estranho, pois o nosso Estado privatizou, vendeu e terceirizou praticamente tudo que pode, arrecadando muitos bilhões. Onde está o dinheiro? Por que o PSDB não honrou essa dívida? E por que os paulistas ainda votam neles?
Enquanto isso somos obrigados a assistir propagandas das mais variadas enaltecendo o governo de São Paulo com dinheiro que poderia e deveria por justiça ser usado para cumprir com a Lei e não para induzir a sociedade com maquiagens daquilo que não está acontecendo na vida real.
A justiça é morosa, conivente com essa prática criminosa que favorece o réu em detrimento do povo sofrido que entrou na justiça pelas portas da frente, cumpriu todas as muitas exigências legais e triunfou nos processos lá instaurados para depois serem enganados com a complacência da Justiça Brasileira. Vergonha! Imoralidade!
Recentemente a Instituição Financeira secular chamada Nossa Caixa foi vendida a preço de bananas para o Banco do Brasil, os R$ 6 bi anunciados deveriam ser integralmente carreados para o pagamento imediato dos precatórios paulistas. Ao contrário, serão colocados em projetos que jamais saberemos ao certo seu destino, não teremos jamais condições de auferir se tiveram ou não a utilização preconizada. De minha parte duvido.
No âmbito federal o INSS é o campeão dessa categoria, preferindo engavetar ou usar de artifícios maléficos para enganar os contribuintes que entraram na justiça solicitando correções, benefícios através de processos que jamais terão o cumprimento fiel realizado. Se a Justiça fosse séria no Brasil, mandaria prender os diretores do órgão por descumprimento da Lei. Se uma auditoria séria fosse realizada iriam constatar o quanto de processos transitados e julgados estão “guardados” em gavetas do instituto do povo.
A maioria dos que processam o INSS morrem como aqueles que entram com ações por precatórios antes de receberem o que lhes é de direito. Em minha opinião nenhum governante poderia ser reeleito se o seu Estado ou Município tivesse um centavo de precatório em aberto. Quanto ao INSS, o presidente da República deveria ser impedido de governar caso não resolvesse esses problemas que envolvem milhões de pessoas no país.
Outro dia o governo de SP lançou programas de auxílio às montadoras, auxílio ao crédito para compra de carros e máquinas agrícolas, mas nunca se preocupou em sanear definitivamente a herança que seu partido está deixando para a sociedade paulista. Assim fica fácil, pois daqui a dois anos o mesmo governador será candidato à presidência e tudo será esquecido com as propagandas e promessas de uma nova eleição.

Cartórios - Uma das minas de ouro do Brasil

É difícil de acreditar, mas é a pura verdade a notícia de que metade dos cartórios no Brasil é administrada por tabeliães que não passaram em concurso público. Logo estão todos irregulares, sendo ocupados por parentes que herdaram a farra do dinheiro fácil ou por antigos funcionários que foram nomeados “provisoriamente” definitivos.
Neste caso a nossa Constituição está sendo rasgada e desconsiderada pela maioria dos gananciosos que não querem perder de forma alguma a boquinha altamente rentável. Apenas 37% (trinta e sete por cento) dos 13.558 titulares no cargo estão devidamente regularizados, sendo para tanto concursados como manda, aliás, a nossa Carta Magna de 1988.
Como todos já imaginam os cartórios são uma concessão do governo (aqueles que administram o nosso dinheiro de impostos), onde uma pessoa recebe a outorga para garantir a idoneidade de registros oficiais como os bens imóveis, nascimentos, casamentos, óbitos, estabelecer procurações, testamentos, atas e documentos em geral.
Para se capacitar num concurso para uma vaga de escrivão, é necessário ter diploma de bacharel em direito. A regra que nem sempre é seguida determina ainda que, sempre que o titular do cartório morre, é transferido ou desiste do posto, há um prazo de seis meses para a realização de um novo concurso.
Uma vez aprovado no concurso o candidato escolhe o cartório conforme a sua classificação. O titular arca com os custos gerais da manutenção do escritório, em troca embolsa cerca de 60% do valor pago pelos usuários dos serviços a titulo de faturamento. O que não é pouco a julgarmos pelos preços exorbitantes cobrados nestes cartórios.
No mês de outubro deste ano, um amigo foi até um desses cartórios no interior de São Paulo e pediu informações quanto ao preenchimento de um documento que precisava ser encaminhado à administradora do imóvel onde reside. Quase enfartou ao receber a notícia da atendente que lhe disse mansamente, sem ao menos verificar se o rapaz era cardíaco, anunciando que o custo era de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) por uma ou duas filhas preenchidas.
Em média os cartórios tem faturamento mensal que ficam entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões. Dados esses levantados em 2007 pelo Conselho Nacional de Justiça.
Mais uma vez fica provado que o Brasil legalizado, que cumpre leis e regras é o país do povo, dos trabalhadores, da CLT, dos aposentados e daqueles que geram riquezas no comércio e pequenas empresas. Os que ficam ricos normalmente estão na mesma toada dos donos de cartórios, donos de emissoras de rádio, cuja concessão igualmente é feita por políticos. Para esses manganões nem a nossa Constituição breca a farra da dinheirama no bolso custe o que custar.

20 de dezembro de 2008

A imoralidade venceu a razão como sempre

Os senadores brasileiros na madrugada (calada da noite) de 18/Dez./08, nos proporcionaram mais um exemplo concreto de sua total dissonância com a realidade nacional, com a vontade soberana do povo brasileiro ao aprovar o aumento indecente do número de vereadores nos municípios brasileiros.
O plenário daquela casa aprovou a PEC – Proposta de Emenda à Constituição criando 24 faixas para estabelecer o número de vereadores de acordo com a população dos nossos municípios. Sem levar em conta que já temos gente demais para prestar serviço de menos, é muito dinheiro gasto sem retorno.
Estamos vivendo uma crise financeira que já derrubou instituições bancárias, empresas sólidas causando milhões de desempregos ao redor do mundo, enquanto isso, nossos senadores brincam de arrumar empregos para políticos, desprezando assim à sociedade, o bom senso e a inteligência nacional.
Se queriam arrumar empregos que o fizessem ajudando as empresas nacionais a se livrarem da imoral carga tributária que pesam sobre elas, ou ainda, impondo uma redução sobre a cobrança obscena de tributos que incidem sobre o trabalho para que os nossos empresários pudessem admitir mais pessoas no mercado.
Com as mudanças propostas pelos nobres Senadores teremos um acréscimo de 7.343 (sete mil, trezentos e quarenta e três) vereadores no Brasil. Imaginemos então o quanto essa brincadeira de natal dos senadores custará aos cofres municipais e que serão arcados totalmente por quem não participou em momento algum da festinha deles, ou seja, nós da classe média e que trabalhamos para sustentar essa sucessão de absurdos em nossa vida pública.
Dos 81 senadores que compõe o Senado Federal, 58 votaram á favor da festa da vereança, apenas 5 votaram contra e um teve a coragem de se abster de votar. A medida entra em vigor imediatamente. A imoralidade continua, pois enquanto não temos dinheiro para o projeto do senador Paim corrigir os destinos dos aposentados, não temos dinheiro para aumentar com dignidade o salário mínimo, descobrimos que existem recursos sobrando para criar 7343 novos empregos para vereadores.
Isso é o retrato cabal de um país de terceiro mundo, nada mais precisa ser acrescido, quem deveria lutar e defender-nos está do lado negro da força, estamos perdidos e contando apenas com cinco senadores ao nosso lado, é muito pouco, convenhamos. O assunto agora está nas mãos dos deputados federais, que num primeiro instante recusaram a matéria. Mas ficam no ar as perguntas: 1. Até quando eles vão resistir? 2. Quanto vai custar essa resistência?

16 de dezembro de 2008

Propaganda enganosa

Logo após lermos matéria nos grandes jornais onde o Senhor Ronaldo Augusto B. Marzagão, atual Secretario de Segurança Pública do Estado de SP, afirmava textualmente haver a criminalidade diminuído sensivelmente em SP, dizendo entre outras coisas que dezessete mil pessoas haviam deixado de morrer em virtude dessa situação nos últimos dois anos, percebemos que não se trata de uma consolidada realidade e sim de mais uma tentativa de tapar o sol com a peneira por parte do governo estadual.
É mais uma jogada de tentativa de vender uma propaganda enganosa, algo que não se consolida entre os paulistas, visto que, a violência continua, o medo toma conta das pessoas nas ruas e nas suas casas. São tantas as situações de violência que seria difícil imaginar por onde começar para desmentir o nobre Secretario.
Somente nos últimos quarenta dias, tivemos três casos que chamaram muito a atenção da sociedade paulista. Entre tantos crimes ocorridos no período destaco três pela semelhança entre ambos em seu modos operandis e pelo fato de que desde o primeiro crime até o ocorrido ontem, nenhuma providência foi tomada, fato comum em SP nos últimos quatorze anos.
Na primeira semana de novembro a psicóloga Renata Novaes, 44 foi baleada em frente a sua casa com três tiros. Na segunda semana de dezembro a ginecologista nadir Oyakawa, 54 foi morta na porta da casa de seu irmão. Ontem finalmente o executivo Paulo Gustavo Gomes, 33 foi fuzilado em frente a sua residência. Supostamente todos reagiram ao serem abordados pelos facínoras, supostamente nada foi roubado de todos e nenhum criminoso com certeza absoluta está preso.
Chegar e sair de nossas residências no Estado de SP é mais perigoso do que andar na cidade a pé, ou estar em movimento no Metrô, em ônibus ou de carro. Como aceitar que a criminalidade está diminuindo em SP se temos centenas de casos e mortes ocorrendo? Qual a base utilizada pelo Secretário de Segurança para afirmar tal coisa? Será que ele se deixou enganar pelo período que em virtude de uma greve não estavam sendo emitidos boletins de ocorrências?
Muitas pessoas estão saindo de SP em razão principalmente da violência e pelo fato de que nossos governantes não fazem absolutamente nada para deter essa onde de violência. Nenhuma lei, nenhuma providência, nada foi modificado nos últimos quatorze anos de governo do PSDB em SP. Os criminosos ao contrário quando dão o azar de serem presos, vão passar férias numa colônia penal com direito a celular, televisão, visitas intimas, muita preguiça e tempo para planejarem de dentro da carceragem novos golpes no futuro próximo. Ao lado deles a organização PCC, aquela que um deputado disse não temer em seu discurso na ALESP recentemente.
Além do mais os presos terão em pouquíssimo tempo o direito de usufruir todos os feriados no país, que não são poucos e melhor até que os trabalhadores que sustentam o sistema e muitas vezes não tem dinheiro para viajar com a família. São os indultos de toda ordem, só falta criarem uma agência de turismo do Estado para agenciar e orientar os melhores passeios para os criminosos do nosso Estado. Os bandidos que sem o menor pudor matam seres humanos por terem feito um simples gesto, um barulho ou tentado resistir a um assalto quando eles estavam armados e as vitimas totalmente desamparadas de armas e de governos.

14 de dezembro de 2008

A Vale que levar a bola embora

Quando eu era criança e já faz quarenta anos, costumava jogar futebol nas ruas e terrenos baldios nas proximidades de minha casa em São Paulo. Naquela ocasião sempre a bola era trazida por um dos garotos com um pouco de sorte por seus pais terem condições de comprarem aquela esfera mágica que ainda encanta meninos pelo mundo afora.
Sempre que um daqueles meninos era sacado do time, pegava a bola e a colocava embaixo de seus braços e resmungando saia em direção a sua casa, sob os olhares incrédulos dos demais garotos da vizinhança. A bola era dele e se ele não estivesse contente levava-a embora e ponto final. Hoje ao ler a entrevista publicada do presidente da empresa Vale do Rio Doce, senhor Roger Agnelli recordei dos tempos de infância nos campinhos de futebol. O nobre presidente da segunda maior empresa de mineração do mundo, estava feliz e nem se lembrava das leis trabalhistas até que certa crise no exterior o fez lembrar da nossa CLT e agora ele não quer mais brincar, quer sim, levar a bola para a sua mansão.
Enquanto os efeitos da globalização eram apenas no sentido de enriquecer os mais ricos e abastados, as grandes corporações ninguém nunca veio a público questionar direitos trabalhistas, muito ao contrário, passaram sim por cima de muitos deles em alguns países.
Agora que uma crise sem precedentes se avizinha o grande empresário não tem cartas no colete e resolve jogar contra os seus colaboradores, aqueles que fizeram dessa empresa a segunda maior do mundo, ou não é mais assim que as coisas funcionam na lógica capitalista. Na vitória somos nós e nas derrotas são eles que perderam? Estranho?
A Vale surfou desde a sua compra por preço abaixo do mercado diga=se de passagem, graças à privadoação tucana e nunca reclamou quando estava em altas ondas pelos mares tranqüilos em sua viagem de consolidação. Recentemente aumentou seu modesto capital em U$ 12, 5 (doze bilhões e quinhentos milhões de dólares), quase o valor que o governo americano se recusa a injetar no setor automobilístico americano.
Essa montanha de dinheiro não é suficiente para segurar a empresa em época de crise? Esse dinheiro bem aplicado não poderia manter a empresa em águas tranqüilas até a turbulência passar? Na opinião do presidente da Vale e de seus diretores, não, isso não é possível, e 1.300 (mil e trezentos) empregados acabam de ser demitidos sumariamente da Vale.
Com certeza o pobrezinho mesmo constrangido irá demitir muito mais, mesmo tendo condições de não o fazer, mesmo sendo a segunda maior do ramo e tendo capital de giro de sobra. Vai demitir o elo fraco da corrente dos gananciosos empresários – Os trabalhadores.
A grande pérola do presidente foi pedir ao governo federal que implante um regime de medidas de exceção para que os empresários consigam sair da crise. Em minha opinião, a CLT precisa mesmo de uma modernização urgente, mas isso não deve ser feito para atender interesses de riquinhos gananciosos que não fazem seus deveres de casa e agora querem passar a conta aos trabalhadores, lucro jamais, mas prejuízo pode ser socializado na visão “moderna” desses meninos mal acostumados com a vida.
Na visão de Roger Agnelli, seria um sonho poder demitir sem precisar pagar direitos, acabar com férias e décimo terceiro e lucrar ainda mais com a frágil situação dos trabalhadores brasileiros. Assim pensa o presidente da maior empresa privatizada no Brasil, que pena, nessas horas esperava muito mais de alguém com esse poder. Leve a sua bola para a casa Roger, não queremos mais brincar contigo também.

9 de dezembro de 2008

Ingressos para o show da Madona

A polemica causada pelo descuido de uma secretaria ao tentar confirmar os nomes para entregar os convites do Show da Pop-Star Madona ainda ecoam nos corredores da Federação Paulista de Futebol e do São Paulo F.C. Penso que esses ingressos pertencem ao dono do local do evento e podem ser distribuídos a quem eles bem entendam, sem que ninguém tenha nada a ver com isso. Não acredito que seriam usados como instrumentos de chantagem ou corrupção para beneficiá-los no campeonato brasileiro.
Agora é muito estranho que pessoas com altos salários, bons cargos precisem receber esses mimos dos dirigentes do São Paulo F.C., seria muito mais inteligente e ético que os mesmos fossem entregues a entidades beneficentes como a APAE, AACD, Hospital A.C. Camargo entre tantas outras instituições que poderiam ser lembradas nesse momento.
As dúvidas que ficam na cabeça dos demais torcedores são as seguintes: Quem coloca num envelope ingressos podem colocar outras coisas também, ou não? A imprensa esportiva também recebeu ingressos para o show da Madona?
Claro que apesar de todo o estardalhaço feito nos últimos dias, nada vai mudar no futebol brasileiro por conta dessa denúncia, o futebol é um segmento vivo da nossa sociedade, portanto sofre das mesmas mazelas que afligem nossa gente. A impunidade que beneficia políticos também aconchega esportistas e dirigentes esportivos.
Cabem aos demais clubes brasileiros aprenderem a lição que fica desse episódio. Aos dirigentes “modelos” do SPFC, cabe no mínimo voltarem a presentear com fidalguia e muito cuidado, coisa que sempre foi feita desde os áureos tempos de Laudo Natel.

6 de dezembro de 2008

A Justiça brasileira deveria se reciclar

“A justiça atrasada não é justiça,
senão injustiça qualificada e manifesta"

Rui Barbosa

São tantos os absurdos promovidos em nossos tribunais e nas instâncias superiores de nossa justiça que muitas vezes o povo brasileiro tem dúvida se ela realmente existe e se lá está para defender os princípios éticos, morais e jurídicos a favor da nossa sociedade.
Essa semana um colegiado egrégio decidiu longe dos tribunais do Júri que um promotor, figura sempre muito importante no sistema judiciário viesse a ser absolvido por unanimidade após ter assassinado um jovem numa praia do litoral paulista.
Um outro promotor embriagado atropelou e matou pai e filha no interior de SP, seu veículo ainda guardava no momento do acidente as latas de bebida ingeridas pelo guardião da justiça. Além de não ser condenado foi promovido pelo sistema judiciário paulista.
Na segunda maior tragédia da aviação civil brasileira, quando houve um choque no ar entre um avião comercial da Gol e um Jato Legacy, causando a morte de 154 pessoas que viajavam no Boeing da Gol. Os pilotos foram ouvidos pela nossa justiça e como ela é boazinha e segue à risca todas as normas, leis e regras internacionais, os rapazes Yanques foram liberados para voltarem a sua vidinha normal nos EUA.
Entretanto, dois anos depois fica esclarecido completamente que os dois pilotos de autorama, haviam desligado o transponder, equipamento que se estivesse normalmente ligado teria evitado a tragédia. Esse equipamento é justamente aquele que aciona o TCAS, que é um sistema anti-colisão.
Jamais esses bobalhões inaptos serão presos ou ao menos responsabilizados civil e criminalmente pelo ato que ceifou cento e cinqüenta e quatro vidas. Se o acidente tivesse ocorrido no espaço aéreo americano e os pilotos causador do acidente fossem brasileiros, estariam presos até hoje, sem dó nem piedade. A Justiça americana tem outras prioridades com certeza e menos facilidades também para quem comete crimes.
Em 2006, um Juiz soltou ilegalmente quarenta e três detentos que aguardavam seus julgamentos em unidades prisionais de Manaus – AM. Pois ele foi aposentado por invalidez e receberá módicos R$ 22 mil reais para descansar de sua atribulada e difícil vidinha de Juiz, conforme decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas. Detalhe, dos 43 criminosos soltos graças ao Juizão, trinta e oito jamais foram recapturados pela justiça. Que beleza!
A Lei seca existe para coibir o uso de álcool por motoristas ao volante de seus veículos, mas não temos bafômetros e nem homens suficientes para fiscalizar os infratores.
A nova Lei recém implantada para coibir abusos por parte dos serviços de call center, já consegui proezas incríveis, nem bem entraram em vigor e já possuem empresas obtendo na nossa Justiça o direito de não obedecer o decreto 6.523.
Ou seja, o poder do dinheiro agindo contra a vontade popular, a sociedade refém de uma justiça pobre e ultrapassada em seus conceitos, seus dogmas e suas fontes de jurisprudências.
Na minha modesta opinião, é premente que ao nosso judiciário passe por uma completa reciclagem de valores, atualização de códigos, informatização de métodos de trabalho, rejuvenescimento de seus quadros com a contratação de mais funcionários para sua base administrativa. Nossos Fóruns criminais precisam ser dotados de infra-estrutura condizente com sua importância, o Judiciário precisa deixar de fazer palácios faraônicos e começar já a reconstruir o chão de sua fábrica.

29 de novembro de 2008

Chuvas - Estação que desnuda governos

É impressionante como uma chuva forte e prolongada pode tornar a vida do brasileiro um verdadeiro inferno. A cada nova precipitação chuvosa os noticiários nos informam sobre tragédias, envolvendo alagamentos, desmoronamentos de casas em morros e favelas, enchentes como as que estão destruindo centenas de cidades nas regiões sul e sudeste.
E em todas elas um fator é comum e recorrente – A incompetência dos nossos governantes, a desfaçatez com que vão levando seus governos até o dia que São Pedro libera um pouco a mais de água. Pronto, acabou a eleição e suas promessas, acabaram as utopias dos palanques e dá-lhe desabrigados. Dá-lhe mortos e feridos em tragédias de todas as naturezas envolvendo gente pobre, desguarnecida e sem apoio algum.
Nessas horas ou após os fatos ocorrerem aparecem na televisão governantes dizendo que o governo federal vai liberar milhões para a recuperação dos estragos causados. Não seria mais fácil ter feito antes da tragédia a tal recuperação das encostas, a canalização dos córregos e rios? As vitimas fatais não podem voltar à vida apenas por que o governo estadual e federal resolver bancar o “bonzinho” para aparecer na TV, depois que o leite foi derramado.
O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento não deveria ter realizado obras em todas as cidades que elevado risco diante das habituais chuvas que ocorrem a partir dessa época do ano? Se o governo federal tivesse tratado de pensar no povo ao invés de ficar usando o programa (PAC) em seu benefício próprio e de seus candidatos talvez algumas dessas tragédias pudessem ter sido evitadas.
Mas quem disse que governo é para trabalhar pelo povo? Quem pensou que os governos de Santa Catarina, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais estão preocupados com sua gente mais pobre e sofrida? Se estivessem mesmo governando para o povo, teriam conseguido recursos internos e até externos para financiar obras de contenção, desassoriamento de rios e córregos, canalização de rios em áreas de alto risco, planejamento para a mudança de vilas e casas em áreas impróprias para moradia.
Em Santa Catarina há 25 anos assistimos incrédulos uma das maiores enchentes naquele Estado, a destruição que praticamente acabou com a linda Blumenau fez aniversário e nesse quarto de século nenhum governo competente conseguiu evitar que a mesma tragédia viesse a acontecer. Motivo – Falta de empenho e de malversação do dinheiro público, gasto em mordomias, projetos desnecessários e corrupção.
Enfim, são eles os maiores culpados e não a natureza como se tenta passar a população nos noticiários noturnos. Os governadores e todos os membros do governo federal envolvidos com obras e a liberação de recursos para a solução de problemas graves como esses que estão matando inocentes em nosso país.

26 de novembro de 2008

A dificuldade em reduzir impostos no Brasil

“Quem se senta no fundo de um poço para
contemplar o céu, há de achá-lo pequeno”.
Han Yu
Não foram poucas as ocasiões em que o governo americano reduziu impostos para permitir o crescimento de sua economia ao longo das últimas décadas. Nunca em nenhuma dessas situações sem tem noticia de que o país quebrou ou ficou em situação pior do que estava ao tomar essa medida.
E olhem que os americanos financiam guerras pelo mundo afora, compram quase cem por cento do que vendem internamente na China e nos demais países em desenvolvimento. Sua indústria bélica consome bilhões de seus recursos com novas tecnologias, processos em desenvolvimento, etc.
Aqui no nosso país, independentemente da crise econômica que possa afetar a nossa frágil economia, jamais os nossos governantes e suas equipes econômicas acenaram com a redução dos impostos para as pessoas físicas ou para as jurídicas, não importa.
A recente crise que está devastando uma parcela considerável da economia mundial, provocou reações das mais diversas no mundo globalizado em que vivemos, desde as mais simples até as mais ortodoxas já foram lançadas ao vento para tentar conter o dique que vaza noite e dia o dinheiro dos países ricos.
O Brasil então através do governo federal acena com a possibilidade de reduzir o imposto de renda para as pessoas físicas e alguns outros impostos para as empresas. Com tanto receio, pisando em ovos de codorna, e tentando não fazer aquilo que diz que vai implementar. Para começar já inventaram algumas desculpas com relação ao calendário fiscal, votação em plenário, urgência, etc e tal e coisa, ou seja, será?
Como é difícil para nossos governantes admitirem que pagamos uma carga tributária exagerada e sem o mínimo retorno em serviços por parte do governo. Um governo que não investe em saúde, educação, segurança, habitação e saneamento básico não pode reclamar de nada nesta vida. Desde 1995, com a eleição de FHC a arrecadação de impostos vem quebrando recordes anuais e na gestão de Lula a partir de 2003, esses números se tornaram astronômicos.
Mas eles preferem doar aos usineiros, montadoras, financiar projetos nababescos, investir milhões em projetos para trazer olimpíada e copas do mundo. Gastar com corrupção e viagens do que dar aos trabalhadores e a classe média em geral um refresco. Ninguém perdeu tanto nesses últimos anos (14 anos de FHC + Lula) do que a nossa classe média, que na verdade sustentou essa farra democrática e gananciosa chamada Governo Federal.
Em nenhum momento dessas duas gestões ouvimos ou percebemos um esforço mínimo no sentido de reduzir despesas, reorganizar ministérios e empresas estatais, fazer uma reestruturação administrativa séria visando melhorar a sua eficiência e a diminuição dos seus gastos.
Mas no hora que se fala em reduzir impostos parece que estão cometendo um enorme sacrilégio, um pecado contra a “Santa Economia de São Meirelles, São Mantega e São Lula do Pau Oco”.

21 de novembro de 2008

A decadência dos personagens de televisão

Dificilmente nos últimos tempos conseguimos ler alguma coisa que se aproveite dos atores, atrizes, apresentadores e demais personagens da nossa televisão. Pouco ou quase nada inspira atenção, quase tudo transpira sexo, violência, drogas no sentido literal e muita futilidade. Não pensam os protagonistas dessas cenas e notícias que além de profissionais bem remunerados, são eles exemplos para uma sociedade carente justamente de bons exemplos.
Algumas atrizes ou pseudo-apresentadoras tem mais namorados, casos ou amantes que algumas meninas de antigos bordéis da noite paulistana. Não namoram, ficam e ao ficarem cada semana com um homem (“empresário”) no caso oposto são “modelos” que ficam com os atores. Assim são chamados aqueles que não são do meio e que saem com artistas de televisão.
O Dado bateu na camareira, bateu na Luana que bateu ou ofendeu a produtora e assim vai a arrogância e a petulância de meninos e meninas mimados por um sucesso efêmero.
São bonecos televisivos que não dispõe de conteúdo, estão longe do teatro e até do cinema sério brasileiro, ficam fazendo pontas em novelas de categoria duvidosa e vivem do esnobismo e da própria carência de noticias que possibilita estarem na mídia em tempo quase integral.
Se juntarmos as Adriane’s + as Luana’s + as Débora’s + as Giovanna’s + os Dado’s teremos um elenco de ponta da mesmice, da frivolidade nacional estampada em rostos bonitos, corpinhos em forma e mentes deturpadas e longe de serem exemplo para a juventude atual. Se bem que Ana Maria Braga, Suzana Vieira e outros não tão jovens também estão dando show nesse quesito nas passarelas obscuras das capas de revistas e colunas de fofocas inúteis.
Não temos artistas preocupados com a imagem, focados em suas carreiras e na possibilidade de crescimento profissional através da obtenção de grandes papéis e personagens marcantes. O frívolo, o inútil o sexo está em primeiro lugar na cabecinha de vento dos chamados pop stars que nada possuem de pop e muito menos de estrelas.
O fim do casamento de algumas atrizes tem mais espaço na mídia que a fome, a falta de hospitais e a situação do nosso país e do planeta. A crise financeira mundial fica em segundo plano enquanto que atrizes sessentonas brincam de aparecer na mídia como se fossem mocinhas inocentes casadas com malandros semi-alfabetizados.
Dá medo só em pensar na geração que virá dos filhos de Dados, Luanas e Adrianes num futuro próximo. Eles com certeza não estão preocupados, pois na verdade pensam que a vida lá fora é uma Ilha de Caras eterna.

BNDES faz os usineiros rirem à toa

Quando precisaram justificar a diminuição do papel do Estado brasileiro, os gênios da equipe econômica tucana usavam entre outras a desculpa de que não era certo gastar com coisas cuja iniciativa privada poderia fazer melhor.
Com isso venderam praticamente todo o setor elétrico nacional, as ferrovias, boa parte dos bancos estaduais, telecomunicações, incluindo até a Embratel.
Entretanto aquela falta aparente de recursos para investir em saneamento básico, saúde pública de qualidade, Educação, habitação, segurança e demais obras de infra-estrutura persiste nos dias atuais, a saída de FHC e a entrada de Lula pouco ou nada acrescentou nesse sentido, exceto pelo fato de que Lula não privatizou.
Agora ficamos sabendo que o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, emprestou a indústria sucroalcooleira algo em torno de R$ 5,2 bilhões somente no decorrer de 2008. Hoje segundo a Folha de SP (19/11/08) a carteira de crédito do BNDES para com o Setor atinge a cifra obscena de módicos R$ 29 bilhões.
É claro que, fica no ar a incomoda pergunta:
_ Se não havia dinheiro e dizem que ainda não há para tanta coisa em favor da nossa população desamparada e pobre, como tanto dinheiro é jogado num setor altamente lucrativo, cuja única regra existente é a ganância acima de tudo e de todos?
O mesmo BNDES que se recusou a acertar a situação de empresas do setor Elétrico nacional ainda em mãos do Estado, bancando o durão agora joga dinheiro em cima de usineiros que sempre estão por cima do file mignon. Estão destruindo a nossa agricultura com a implantação de uma monocultura em todo Estado de SP, recebem ajuda das montadoras que fazem apenas o motor que lhes convém, usando o álcool como combustível, tem seu produto adicionado na gasolina e conseguem fazer com que o nosso combustível alternativo seja mais caro que a velha gasolina Venezuela de Chaves.
Não existe mercado mais sólido, basta usar a “entressafra” que é a palavra mágica e pronto, o álcool sobe nas bombas, quando a safra está no auge o combustível volta ao preço anterior e assim caminha a lucrativa indústria sucroalcooleira. Levando-se em conta que é tão grande a produção que se duvida até que exista algum problema de entressafra com essa nossa cana de açúcar.
E é exatamente para esse mercado cativo, promissor, que o nosso dinheiro suado e difícil escorrega através das mãos do BNDES. Onde está o Lula, claro que, viajando, sempre viajando, ou ao exterior ou na maionese quando está no Brasil. E o PT, bem o partido do presidente já concordou com tanta coisa com a qual discordava em palanque até Dezembro./01, que fica impossível acreditar que agora, após seis anos completos de poder pudessem mudar.
São quatorze anos perdidos entre os oito de FHC mais os seis anos de Lula, permitindo que nossos jovens continuem expostos à marginalidade por falta de escolas decentes, um sistema de saúde falido e sem condições de atender animais, segurança pública medíocre, esgoto a céu aberto na maioria das cidades brasileiras, mas os usineiros e banqueiros felizes como nunca.
Os defensores e insensatos vão dizer que eles geram empregos, mas assim até o mais bobo dos bobos conseguiria, com dinheiro alheio da viúva a preço módico e subsídios de toda ordem quem não geraria empregos também?

15 de novembro de 2008

A crise afetará como sempre apenas o povo.


Tudo já foi dito uma vez, mas como
ninguém escuta é preciso dizer de novo"
André Gilde.




Foto:Site Uol
A crise econômica começou nos EUA derrubando a bolsa de valores de Wall Street, levando a falência instituições bancárias centenárias, mas aqui nosso comandante dizia a Nação com ar de ironia que: “A crise é coisa do Bush e não vai nos afetar, pois fizemos a nossa lição de casa”.
A crise então se estende feito um dominó gigante, caindo sobre os países europeus de forma abrupta, quebrando bancos, derrubando bolsas e devastando patrimônios. Em seguida ou quase que ao mesmo tempo, afeta o mercado asiático trazendo para eles o mesmo dissabor causado aos americanos e europeus.
Enquanto isso, Lula viaja, Lula ri, Lula faz troça dos problemas econômicos e contínua afirmando que essa crise não chegará até o Brasil. Entretanto, começa a acrescentar em seu discurso que algumas medidas serão implementadas para evitar quaisquer tipos de problemas para o país. É o começo do mea-culpa ou o começo do fim da farsa do governo federal acerca da verdade.
Na semana passada o governo estadual de SP e o governo federal resolvem socorrer o setor das montadoras de veículos, injetando quase que simultaneamente R$ 8 bilhões. O governo estadual já havia liberado R$ 1 bilhão para financiamento de compra de tratores em SP. Enquanto isso, fusão dos ricos consolida a união entre dois dos maiores bancos privados do país. Dinheiro sobrando no terceiro andar e enquanto no chão da agência o juro sobre o cheque especial chega a um patamar exorbitante e indecente.
Agora chega a notícia que o setor de autopeças de SP, atrelado diretamente as montadoras (aquela que recebeu ajuda antes mesmo de pedir) começa a demissão em massa de seus antigos colaboradores (empregados) de forma cruel e sem aviso prévio, sem conversa, sem nenhuma formalidade, telegrama avisando que o sujeito não faz mais parte daquela empresa e ponto.
Segundos dados recentes mais de mil empregados já foram demitidos sumariamente das empresas de Autopeças nas últimas semanas. E o governo Lula, bem o Lula está em Roma pedindo a benção ao Papa Bento XVI para a sua família e a Dilma Russef que provavelmente será sua candidata em 2010.
O mais triste é que os políticos brasileiros conseguem bilhões para desviar, para alimentar a corrupção, torrar com propaganda, ajudar montadoras, banqueiros e usineiros. Dinheiro para viajar pelo mundo como se fosse estadista, jogar no lixo como no caso do sonho de sediar Olimpíadas no Rio de Janeiro onde os hospitais públicos estão falidos e as moradias não tem saneamento básico. Agora quando é para gastar com projetos sérios ligados ao reajuste do salário mínimo, em benefício aos aposentados ou aos trabalhadores em geral vem uma gritaria que ensurdece e entristece quem tem inteligência.
Fica claro que independentemente da crise, da abrangência que tomará no Brasil os governantes sejam de quais partidos forem, serão ajudados sempre os banqueiros, os grandes empresários, os usineiros, os especuladores e demais seguimentos da elite nacional, ao povo, restará comer as migalhas do desemprego, passar fome e ainda ter de recolher impostos imorais para continuar bancando essa farra que mais parece festa de bordel.

13 de novembro de 2008

A Decadência da escola pública em São Paulo

"As dúvidas são mais cruéis do que as duras verdades"
Moliére.

A violência constante nos corredores e salas de aulas das escolas públicas no Estado de SP possibilitam inúmeras análises sobre os reais motivos ou as várias causas que podem estar interferindo no comportamento dos jovens que as estão freqüentando. A sensação de impunidade é uma delas, pois cria nos jovens um álibi perfeito para suas ações, nada acontecerá, ninguém será expulso ou até condenado por ferir, agredir, molestar ou danificar o patrimônio público.
O sistema adotado pelo governo estadual (PSDB) há quatorze anos no poder em nosso Estado é outro agravante nessa situação, pois o mesmo permite que o aluno não seja reprovado nem por freqüência nem por notas. O professor não é avaliado e muito menos a escola. A progressão continuada é uma aberração, muito criticada por especialistas, por professores e estudantes inclusive, mas incompreensivelmente mantida pelo Estado, talvez por teimosia ou falta de algo melhor para nosso sistema educacional.
O sucateamento da escola pública paulista vem acompanhado de um processo onde a autoridade da direção e dos professores foi sendo minada em fogo brando. Isso fez com que alguns alunos enfrentassem sem medo e sem medir a forma professores e até a direção das escolas. São muitos os casos de professores agredidos em nossas escolas, não são casos isolados e sim freqüentes.
Os alunos em sua grande maioria habitam lares onde não existem limites, o não foi substituído pelo “eu posso tudo”, deixando a escola à mercê de um aluno que acredita que seu poder é ilimitado e que ele pode inclusive destruir instalações, agredir pessoas do seu convívio (colegas, funcionários, professores ou diretores).
A saída não está em usar de violência para combater esse comportamento e sim do Estado deixar de investir em segmentos menos importantes para enfim, começar a dotar o sistema educacional de uma nova perspectiva pedagógica. Usar dos muitos recursos tecnológicos existentes para atrair os jovens para dentro do ambiente escolar. Trazer a comunidade para dentro da realidade da escola fazê-los participar desse processo de forma transparente.
É preciso que seja iniciada imediatamente uma revolução no sistema educacional de nosso Estado, ainda há tempo, muitos anos foram perdidos por inabilidade, por governadores que se preocuparam mais em vender o patrimônio público ou fazerem marketing do nada, ao invés de marcarem suas gestões pela qualidade do ensino.
Segundo pesquisa recente realizada pela UDEMO – Sindicato de Especialistas da Rede Pública do Estado em 2007, 86% das escolas paulistas tem históricos concretos de violência em suas instalações. São centenas de casos relatados por professores de agressões sofridas nos últimos anos.
Esperemos que o Governo não trate os professores e a educação tal qual, está tratando os policiais civis de nosso Estado, pois a julgar pela demora em chegar a um acordo, para depois dar apenas e tão somente a correção do salário pela inflação, três meses por míseros (6,5%) imagina-se o quão longe estamos de uma visão pró-ativa para a melhoria do sistema educacional em SP.

7 de novembro de 2008

Uma empresa modelo da privatização

O processo de privatização defendido e desencadeado com muito afinco no governo FHC e prontamente seguido pelo seu partido no Estado de SP, o mesmo não ocorrendo na maioria dos demais Estados brasileiros, diga-se de passagem, proporcionou o começo de uma nova era para os brasileiros, a “Era da enganação”.
Na telefonia móvel tivemos o surgimento de milhões de aparelhos celulares, mil vantagens aparentes e centenas de obrigações a custo altíssimo para os consumidores. Nada pode, cliente paga e fala quando puder. Taxas e atendimento via computador para todos. O serviço pré-pago cheio de vícios e pegadinhas infames, bloqueios e enfim, um serviço pós-venda da pior qualidade.
Na telefonia fixa, a situação é ainda pior, principalmente para os paulistas, que ficaram ligados a uma das piores empresas do setor telefônico do mundo. Campeã absoluta de reclamações no Procon e dos muitos sites especializados em reclamações de consumidores.
O pior serviço de atendimento ao consumidor disparado e com os preços abusivos aliados a obscena taxa de assinatura que permaneceu como brinde para os empresários que compraram as nossas empresas de telefonia.
Outro dia, fui vitima dessa empresa, na verdade um dos muitos agregados dos bandidos que habitam as cadeias da nossa região, comprou um telefone pré-pago na Telefônica, usando meu nome e CPF. Não precisou de mais nada, conseguiu com a maior facilidade entrar no sistema e habilitou um aparelho para provavelmente aplicar golpes de falsos seqüestros, etc.
Eu recebi em meu endereço a carta da Telefônica relatando o fato e me cumprimentando por ter adquirido uma nova linha, liguei para me informar e pedir o cancelamento da fraude. Qual não é a minha surpresa, precisei de uma hora, falei com sete energúmenos mal treinados, totalmente despreparados e com uma arrogância que beira o cinismo. Um desses funcionários teve a petulância de me dizer que para cancelar a fraude eu teria de recolher aos cofres da empresa uma taxa de R$ 120,00 (cento e vinte reais).
Ao final de uma hora de conversas ásperas e da minha ameaça de levar a público e aos órgãos de defesa do consumidor a minha versão sobre os fatos, eles cederam as evidências e me forneceram um protocolo de cancelamento.
Vejam bem e percebam que a diferença entre o marginal que aplicou o golpe e a postura da empresa se confunde e se separam por uma linha tênue. É caso de polícia, mas a polícia está em greve, por que os privatizadores tucanos gostam de empresas estrangeiras, pedágios e enxugamento do Estado, mas odeiam policiais, professores e demais funcionários públicos.

6 de novembro de 2008

O que esperar de Barack Obama

A vitória do democrata Barack Obama nas eleições para a presidência dos Estados Unidos da América transcende num só momento a inquietação dos conservadores, normalmente brancos e a euforia dos negros ainda ressentidos por anos de lutas contra o preconceito.

Chegar ao poder era um sonho distante que agora se torna realidade para milhões de homens e mulheres em todo imenso país das oportunidades. O momento é de crise na economia, de dificuldades imensas nas relações exteriores, com o país sendo responsável por uma guerra absurda no Iraque, cuja finalidade jamais foi a de proteger quem quer que seja, muito menos a democracia mundial, petróleo é o nome daquela estúpida incursão.

É necessário saber se após o efeito da embriagante vitória, Barack irá realmente revolucionar a administração americana, tratando com seriedade e inteligência questões complexas que sempre foram relegadas a segundo plano ou tratadas com a mais pura arrogância Yanque.

Estão nesse rol de ações as questões do protecionismo exagerado do comércio em relação principalmente aos países em desenvolvimento como o Brasil. Terá o novo presidente uma postura diferente de seus antecessores? O diálogo será a tônica ou teremos novamente que nos contentar com migalhas que escapam dos porões dos navios de carga?

Em concordância com a observação do brilahnte escritor português José Saramago, creio que, o novo presidente deveria em sua primeira semana como mandatário do maior país do planeta derrubar a base de Guantánamo em Cuba, assim como os jovens idealistas o fizeram com o muro de Berlin.

Em seguida e com a mesma firmeza, deveria assinar o fim das barreiras comerciais e culturais impostas a Cuba, sem sentido nos dias atuais, e completamente contrária aos discursos de democracia feitos em sua campanha a Casa Branca.

É preciso que Barack Obama seja forte e corajoso o bastante para iniciar uma revolução nos Estados Unidos, similar àquela que anos atrás iniciou Mikhail Gorbachov na antiga República Socialista Soviética, hoje Rússia. É preciso que os americanos recomecem a construir um país onde a indústria bélica não seja mais importante que a agricultura. Onde o medo dê lugar à esperança de novas oportunidades e de uma relação mais pacífica e cordial com o mundo a sua volta. Onde o meio ambiente seja levado a sério e possa usufruir da tecnologia tão destacada em solo americano.

Obama é um homem que estará representando uma nação que precisa se reerguer após duas gestões péssimas do fantoche Bush, superar obstáculos que estão hoje fragmentados e esse talvez seja seu maior desafio, retribuindo aos americanos sejam eles democratas ou republicanos a esperança de um futuro digno de sua história de lutas e conquistas nem sempre democráticas.

31 de outubro de 2008

Bancos - Lucro certo e respeito zero

Se existe uma profissão lucrativa e sem riscos no Brasil, essa é a de banqueiro, quanto maior o seu banco e o seu poder de fogo, mais ricos são os seus donos. Os bancos que eventualmente quebram são pequenos no Brasil, geralmente usados para operações escusas como a lavagem de dinheiro, a sonegação fiscal e outros crimes federais.
É uma moleza poder operar num sistema benevolente, coadjuvado por uma justiça lenta, demorada em demasia e sempre favorável ao mais forte. Seu poderio econômico engole sindicatos, fiscalizações, leis e só não derruba ou enfrenta o Banco Central, de resto manda e desmanda na nossa vida.
Eles auferem lucros bilionários, quantias exorbitantes sem, no entanto investirem em remuneração e qualificação profissional de seus parceiros (empregados deveriam ser tratados dessa forma), compatíveis com suas importâncias na instituição.
Ao invés disso os bancários são tratados algumas vezes como escravos, meros vendedores de produtos, sem direito a nada exceto trabalhar sem reclamar. Os salários são corrigidos pelo menor índice todo ano, em contrapartida a correção dos juros e das dívidas executados pelos banqueiros, que são estratosféricas.
Para os correntistas uma das piores coisas além das taxas abusivas, dos juros estonteantes do cheque especial e das obscenas taxas para empréstimos é sem sombra de dúvidas a falta absoluta de segurança dentro das agências e em seus quiosques. Os banqueiros deveriam ter vergonha e o governo atitude para exigir a colocação imediata de alguns itens para a segurança dos clientes, como por exemplo:
1. Os cartões dos bancos deveriam ser à prova de clonagens e fraudes;
2. Câmeras embutidas nos quiosques e nas agências, com imagens sendo gravadas e depois enviadas para uma central de segurança;
3. Segurança efetiva nas agências, pois é usual alguém retirar uma quantia acima de mil e quinhentos reais e ser assaltado no estacionamento do Banco ou na primeira esquina. Essa coincidência chama-se “Falta de Interesse do Banqueiro” em relação ao seu cliente.
4. A Federação Nacional do Comércio deveria exigir que os bancos tomassem uma providência definitiva quanto aos péssimos clientes que passam cheques sem fundo trazendo prejuízos aos comerciantes, bem como aos cidadãos honestos. Lembro que há não muito tempo atrás se um correntista tivesse seu cheque devolvido duas vezes seguidas sua conta era encerrada e não poderia abrir outra em nenhum estabelecimento bancário por dois anos. Assim deveria ser nos dias atuais onde os “Gersons” brasileiros proliferam aos milhares.
Se assim agissem, os banqueiros deixariam de serem tão mal vistos pela maioria das pessoas e suas instituições seriam até mais respeitadas. É preciso enfim avisa-los, que propaganda não resolve questões de segurança, juros criminosos e atendimento pífio.

24 de outubro de 2008

Visibilidade dos esportes de base e o monopólio das transmissões esportivas

Assistir a uma partida de futebol na TV está ficando cada dia mais chato, o politicamente correto está abatendo o futebol aos poucos, nada pode ou é aceitável aos olhos dos comentaristas, narradores e outros donos da verdade no mundo da televisão.
Um esbarrão, um toque no corpo e pronto, esquecem que o jogo é de contato físico e dá-lhe falação e ilações absurdas que beiram a idiotice. Se querem se preocupar com coisas sérias deveriam então pensar em algumas coisas que creio, sejam muito mais importantes para o público.
Começo pela excessiva carga de transmissões e programas exclusivos sobre futebol, adoro futebol, mas ninguém destina tempo ao basquete, atletismo, natação e tantos outros esportes, exceto em tempos de Pan ou Olimpíadas. É uma vergonha, a Rede Globo, inclusive chega ao cúmulo de ter um programa na sua grade esportiva chamado “Globo Esporte”, muitas vezes seus editores esquecem esse mero detalhe e não tecem uma linha sequer sobre o mundo dos esportes.
Esse fato ocorre também na mídia escrita, páginas e mais páginas são dedicadas ao futebol no Brasil e no mundo, campeonatos de países que não temo a mínima relação são destaque, agora, por exemplo, estão em moda os resultados e comentários sobre o Uzbequistão, só por que o Zico treina um time onde joga o Rivaldo.
É um exagero descabido, deviam estar incentivando a discussão sobre a criação de centros de excelência para o esporte amador, divulgando resultados de competições de Tae Ken Dôo, Judô, Canoagem, Natação, etc. Isso só ocorre aos domingos quando algum esporte é colocado na grade dominical para preencher a lacuna no Esporte Espetacular, que a rigor, mostra mais esportes chamados radicais (Talvez por serem radicalmente perigosos e desnecessários) do que os esporte de base.
As transmissões de jogos da Seleção de Futebol desde a chegada ao mundo de Galvão Bueno se tornaram quase que um símbolo da pátria. É um ufanismo sem igual, uma onda verde amarela que não cola em ninguém. É insuportável ver essa seleção de novos ricos semi alfabetizados sem amor ao esporte, sem amor ao que fazem e sem amor ao público entrarem em campo.
Uma seleção sem técnico de verdade, comandada pelo dono da CBF, Ricardo Teixeira e com convocações estapafúrdias de jogadores que não serviriam sequer para jogar no time da Islândia.
Mas na hora dos jogos, dá-lhe patriotada e um monte de patacoadas proferidas pelo Profeta da Nação, o homem mais brasileiro de tantos quantos possam haver, Galvão o Rei do ufanismo. Um homem que não tem coragem de dirigir uma única crítica ao sistema, ao continuísmo descarado de Ricardo Teixeira a frente dos destinos (R$) do nosso futebol. Não é a toa que as audiência tem caído vertiginosamente, ao contrário das Olimpíadas quando a diversidade de esportes e de emissoras/profissionais faziam com que o público tivesse oportunidade de realmente assistir boas transmissões de esporte

17 de outubro de 2008

Existem greves não políticas?

Sempre que uma greve é deflagrada e o governo não consegue resolve-la através da manutenção do diálogo e do respeito aos trabalhadores envolvidos, o Governador aparece com a conversa mole de que a greve é política. Interessante, qual greve não é política? Existem movimentos em que o trabalhador acorda pela manhã e liga para o companheiro e diz:
_ Oi Zé, vamos fazer uma greve hoje? Vamos encaminhar uma reivindicação ao Governador por melhores salários e condições de trabalho?
Claro que o processo de negociação trabalhista é político, envolve diversos fatores, diversos poderes em jogo, envolve a essência da arte de fazer política, que é o diálogo. Ocorre que no Brasil e em particular no Governo de SP, não existem diálogos e a via é de mão única, sempre em direção ao Estado.
Se um governo que está no poder a 14 anos e não conseguiu após tantos anos equacionar a questão de plano de carreira, piso salarial decente e demais benefícios aos seus professores, policiais civis e militares, que moral tem para jogar a culpa do movimento em um partido que nunca foi poder no Estado?
Incompetência? Desprezo pelos funcionários públicos? Desprezo pela sociedade que fica à mercê não dos grevistas, mas da falta de atitude de um governo que está preocupado única e exclusivamente com a sua possibilidade de êxito na eleição de 2010 para Presidência da República.
A sociedade assiste a tudo passivamente, não se posiciona e sofre calada pela ausência dos policiais civis em seus postos e ainda por cima vota em candidatos do mesmo partido.
Haja passividade, haja tolerância, haja falta de engajamento e de um mínimo de leitura do quadro que está posto para quem quiser ver. Se o leitor tem alguma dúvida, converse com um membro da policia civil ou com um familiar deste, pergunte ao interlocutor há quanto tempo seu parente não recebe um aumento de salário, pergunte qual é o salário dos policiais civis e compare com o de Estados como o Maranhão, Pará, e pelo Brasil afora, veja a discrepância. O Estado mais rico da nação e com os maiores índices de criminalidade quer pagar aos policiais civis e militares também salários miseráveis.
Justamente os profissionais que dão segurança ou que pelo menos tentam fazer seu trabalho apesar da falta absoluta de condições, equipamentos, treinamentos adequados e freqüentes, faltam nas delegacias na cidade de São Paulo até papel higiênico, com isso fica desnecessário alongar ainda mais a discussão.
Contra fatos não há argumentos, o piso inicial para Delegado no Estado de SP, comandado há 14 anos pelo PSDB é o mais baixo entre todos os Estados brasileiros. Aqui o piso é de R$ 3.926,00 enquanto no Acre é de R$ 5.874,00. Se depois de quatorze anos os tucanos não conseguiram equacionar a questão salarial de seus policias, professores e demais funcionários públicos, é melhor mesmo continuar a culpar o Lula, a Martha, o Quércia...

A Globo deveria usar computação gráfica nos jogos

Quando adolescente me recordo de ir ao Pacaembu em São Paulo para assistir jogos de times paulistas em rodada dupla. O primeiro jogo começa às 18h30min e o segundo as 20h30min. Tempos depois foram alterados para 19h00min e 21h00min. Não havia brigas e nem confusões para se comprar ingressos, grande jogos bons tempos.
Alguns tempos mais tarde, a televisão passou a transmitir alguns jogos no meio de semana, ainda não eram exclusividade ad-perpétua da Rede Globo, com isso as rodadas duplas foram sendo substituídas por rodadas simples como é até hoje.
Quando a Rede Globo comprou os direitos dos campeonatos estaduais e do Brasileirão, começaram a acabar com a alegria do torcedor, a falta de respeito ao torcedor passou a ser a marca registrada dos eventos futebolísticos no Brasil.
Os horários dos jogos foram passados para as 21h30min até chegar as 22h00min como acontecem hoje em dia, com a desculpa sempre esfarrapada de respeito a sua grade de programas. O horário que o torcedor deve chegar ao estádio e depois retornar a sua residência pouco importa. Também não estão preocupados se o horário em que termina a transmissão é absurdo para quem trabalha no dia seguinte e tem de pegar transporte coletivo nas grandes cidades.
O pior é que, além disso, tudo, a seleção brasileira foi vendida literalmente aquela emissora de televisão, a exclusividade nas transmissões, entrevistas e furos de reportagens são obscenas, na maioria dos países os jogos da seleção nacional é transmitidos por várias emissoras, dando aos torcedores a possibilidade de verem mais de uma opinião além do Galvão.
Quem determina os jogos e os horários é a Globo, quem escala a seleção é a Globo, quem determina quando e como os jogos serão realizados é a Globo, por isso que entendemos essa avacalhação que está hoje em dia a seleção brasileira, o time do povo virou uma peça da programação da emissora.
Como a Rede Globo não está preocupada e aliás, nunca esteve com os milhões de torcedores brasileiros, minha sugestão é que a emissora peça ao seu especialista em designer gráfico Hans Donner que faça uma tela ao fundo representando a presença de milhares de torcedores nos jogos transmitidos pela emissora, assim o torcedor não seria mais indispensável como antigamente.
A torcida da poltrona teria a impressão que o estádio estaria cheio, numa festa sem igual, mas sem a necessidade do povão. Não haveria brigas, nem torcedores robotizados com placas pedindo – “Galvão, Filma nóis”. Não haveria venda de ingressos e sem os abomináveis bandidos travestidos de cambistas. Que beleza!
Esse domínio de exclusividade da Globo é nocivo, pernicioso e vai acabar com o encanto dos campeonatos e da seleção. É preciso que outras emissoras entrem na briga e tirem da Globo esse direito ditatorial de permissividade apelidado de direitos exclusivos. Chega de Galvão e suas bobagens nacionalistas baratas, chega de seleções de Dunga sendo aduladas como se merecessem algum respeito.

11 de outubro de 2008

O FMI (Fundo Monetário Internacional) em apuros

Quem não se lembra até pouco tempo atrás das incursões sempre arrogantes e com os semblantes pernósticos dos auditores americanos do FMI – Fundo Monetário Internacional pelos corredores de Brasília?
Quem não se lembra do ódio com que os militantes de esquerda, inclusive a chamada esquerda festiva recebia os senhores do dinheiro, que ano após ano vinham ao Brasil para nos fiscalizar. E também obrigar o governo subserviente a implementar medidas restritivas ao crédito, aumentar impostos, diminuir a dívida interna e principalmente verificar se os pagamentos dos juros exorbitantes estavam em ordem.
Pois é, nada como um dia após o outro, como já diziam os antigos. Pois os auditores sumiram, bastou um pouco de sensatez e o equilíbrio da nossa economia para que o Brasil honrasse seus compromissos financeiros e pagasse sua dívida e agora não precisasse mais das visitas indesejáveis desses auditores medíocres.
A atual crise americana que já levou a bancarrota alguns bancos americanos e europeus, derrubou a dinheirama de alguns espertalhões e está fazendo um verdadeiro strike na agiotagem mundial, mas não foi prevista e nem evitada pelos antigos senhores do dinheiro alheio. Eles agora aparecem nas coletivas com cara de cachorro molhado, humildes, cabeças baixas por vergonha do que estava acontecendo sob seus próprios narizes enquanto eles viajavam pelo terceiro mundo.
O Brasil pode até não estar imune aos riscos dessa ciranda financeira que a globalização impôs ao planeta. A nossa economia dá sinais de força, embora ainda possam até sofrer alguns impactos que acabem resvalando em nossa administração financeira. Entretanto, nesse momento não há como não se sentir recompensado e imaginar a reação daqueles que xingavam esses branquelos auditores sem escrúpulos que chegavam ao Brasil olhando-nos de cima para baixo.
Como se fossem seres superiores, coisa que a atual crise americana provou não serem em definitivo. Os auditores no dia quinze de setembro de 2008, acordaram na Rua da Amargura, esquina com a Rua da Sandália da Humildade, sem número.
O mundo precisa se reordenar e controlar com rigidez essa estúpida brincadeira de meninos mimados nas bolsas de valores do mundo inteiro. O mundo precisa de ações para que tenha desenvolvimento sustentado, controle ambiental, projetos que eliminem a fome e a destruição em massa por todos os continentes.
A ganância dos investidores e demais envolvidos nessa ciranda de sonegadores fiscais e homens inertes responsáveis pela perda de trilhões de dólares jogados no ralo da incompetência e da devassidão financeira merecia punição exemplar.

Quem são mesmo os infiéis em São Paulo?

É impressionante como nossa classe política é volúvel, focada apenas e tão somente em seus próprios interesses mesquinhos e pequenos diante de tanta coisa por fazer pela sociedade que eles dizem que representam.
As eleições para a Prefeitura de São Paulo transcorrem normalmente, o único fato esquisito foi à entrada do candidato Geraldo Alckmin na disputa, mesmo sabendo que o atual prefeito Gilberto Kassab iria concorrer à reeleição, fato mais do que natural.
Estranha a atitude de Geraldo, pois até então nos últimos 15 anos o DEM (EX-PFL) era parceiro fiel do PSDB tanto nas disputas nacionais como em grande parte dos Estados brasileiros. Mas para não ficar de fora da vida pública e ser esquecido, Alckmin mesmo enfrentando resistências internas em seu partido lançou-se candidato de seu partido.
Como a gestão de Kassab era fruto da dobradinha entre Serra/Kassab, tendo o governador abandonado o cargo de prefeito um ano após a eleição, todo o secretariado municipal é composto por pessoas indicadas pelo DEM e pelo PSDB. Com a entrada de Alckmin na campanha, quase todos ficaram numa saia justa sem precedentes.
Como alguém do PSDB que esteja trabalhando na Prefeitura vai apoiar Alckmin e trair o Prefeito que o indicou ao cargo? Nesse momento entra em cena alguns apadrinhados de Alckmin, ex-aliados e alguns puxa-sacos, para implantarem em pleno século XXI a Inquisição tucana versão 2008.
Em Bauru, inconformado o deputado Pedro Tobias defendeu com veemência a expulsão daqueles que ele cunhou de “infiéis” ao partido, por não estarem apoiando seu amigo “Gerardo” em sua corrida a Prefeitura paulistana.
Pois agora que a poeira assentou e as eleições chegam ao seu crepúsculo, terminado o primeiro turno e dando início para a reta final que definirá o prefeito para a maior cidade da América Latina. De SP chegam as noticias de que FHC e o Presidente do DEM formalizam acordo para apoiarem Kassab no segundo turno. Lembrando que Kassab é apoiado por Quércia, a quem FHC e o PSDB diziam ter quebrado o “Estado” de SP num passado recente.
Ora bolas, quer dizer que Pedro Tobias não sabia disso? Quer dizer que enquanto a eleição não está definida eles são infiéis, mas depois para compor o segundo turno os mesmos infiéis são “companheiros de luta?” Por que não expulsar FHC então senhor Deputado Pedro Tobias?
Esse PSDB é anacrônico, é um partido típico de gabinete, obra prima das elites políticas brasileiras, um partido que não tem o cheiro do povo, é elitizado ao extremo, discute as questões e as decide à revelia do povo e de seus correligionários sob a frescura do ar condicionado.
Quando alguém quiser falar de traições tucanas basta recordar e buscar em arquivos próprios cartas de Mário Covas garantindo que não venderia a CPFL. Ou de decisões do PED, excluindo a CTEEP de processo de privatização, fato que foi estranhamente esquecido por Geraldo Alckmin em Junho/06.
Quem são então os verdadeiros infiéis???

3 de outubro de 2008

Setecentos bilhões de dólares jogados no lixo

O governo americano com a intenção de evitar um colapso em seu sistema financeiro vai injetar a módica quantia de U$ 700 bilhões. A minuta da proposta enviada ao Congresso no sábado permite que o Departamento do Tesouro compre até US$ 700 bilhões em ativos hipotecários nas mãos dos bancos. O plano da administração Bush para conter a crise é lançado enquanto as instituições financeiras enfrentam a pior turbulência dos mercados nas últimas décadas, e também põe em risco o sistema bancário internacional.
Os motivos desse colapso não me interessam francamente, aliás, pouco importa para bilhões de pessoas ao redor do mundo. A forma escolhida pelo maior país capitalista para salvar sua pele também não é problema nosso.
O que me deixa perplexo é a rapidez para resolver essa questão que envolve o mesmo George Bush que torra outros bilhões de dólares com a estúpida guerra contra o petróleo do Iraque. Se somarmos o dinheiro gasto para manter a farsa da guerra contra Sadam mais o real problema que agora atinge a economia americana teríamos a bagatela de U$ 1,400 (Um trilhão e quatrocentos bilhões de dólares).
Isso convertido para a moeda brasileira chegaria bem perto de dois trilhões, seiscentos e sessenta bilhões de reais. Dinheiro suficiente para resolver boa parte dos problemas angustiantes dos países da América do Sul.
Essa montanha de dinheiro jogada no ralo da incompetência e do lixo do sistema capitalista falido dos norte americanos poderia estar sendo empregado em pesquisas para a descoberta definitiva de doenças como o câncer, mal de Alzheimer, diabetes e tantas outras enfermidades graves que matam milhões de pessoas em todo mundo.
Esse dinheiro poderia estar sendo utilizado para salvar milhões de pessoas que ainda morrem de fome no século XXI. Seres humanos que foram explorados pelos ingleses, espanhóis, portugueses quando da colonização de seus países. Ou pelos americanos em suas costumeiras invasões como no Iraque, Vietnã, Afeganistão, etc.
Os economistas e adeptos ferrenhos do mórbido sistema capitalista não enxergam nada além de suas bolsas de valores, suas ações, seus investimentos em uma indústria bélica imoral e que está levando o mundo ao caos.
Triste perceber que os mesmos defensores da idéia de salvamento dos bancos sejam os primeiros a impedir que os americanos assinem o tratado de Kyoto. Que algo seja feito para que o efeito estufa não acabe com a camada de ozônio do planeta em que vivemos.
Salvar as aparências de seu sistema obsoleto, superado e ganancioso ao extremo é por enquanto mais importante do que olhar para o futuro que está mais próximo do que eles imaginam. Os primeiros sinais já foram dados pela natureza e são cada vez mais violentos e destruidores, não fazer nada e ficar se omitindo é muito mais tenebroso do que permitir eventualmente que bancos e banqueiros paguem por seus próprios erros.

25 de setembro de 2008

Mais uma doação a fundo perdido

"Só o erro é que precisa apoio do governo,
A verdade, essa fica de pé por si própria"
Thomas Jefferson

O primeiro Ministro da Noruega Jens Stoltenberg, assinou ontem um memorando de entendimento com o governo brasileiro para a doação de U$ 1 bilhão, ao Fundo de Proteção e Conservação da Amazônia. O primeiro repasse em 2008, será da ordem de U$ 130 milhões, sendo que o restante da verba será completada até o ano de 2015.
O compromisso brasileiro e outros detalhamentos de como serão feitas as reduções de desmatamento ainda estão sendo negociadas entre as chancelarias do Brasil e da Noruega. O gesto norueguês mostra que aquele país está preocupado com o que pode vir acontecer com a floresta amazônica se algo não for feito imediatamente.
Entretanto, fica muito difícil acreditar que as duas coisas possam acontecer. Primeiro que a verba seja integralmente utilizada para a finalidade ao qual está proposta. Segundo, que o governo brasileiro consiga mesmo utilizando essa verba obter êxito no controle daquela região do país.
É sabido por todos que o governo brasileiro não tem vocação alguma para planejamento, muito menos para fiscalização e monitoramento de suas terras e águas. A Floresta está sangrando há anos e ninguém do governo consegue ao menos uma medida que possa dar esperança ao povo brasileiro de que a floresta sobreviverá à ganância privada e ao descaso público.
São milhares de hectares desmatados mensalmente, toneladas de vegetação queimadas todos os dias sem que ninguém seja preso, sem que haja um esforço concentrado do governo, congresso e judiciário para que medidas enérgicas sejam colocadas em prática contra quem está tirando a vida do planeta.
A floresta está virando pasto sob o nariz entupido do Ibama e demais órgãos fiscalizadores ambientais. Dizer que o dinheiro será repassado a ONG’s é o mesmo que pedir ao pessoal do PCC para cuidar do Banco Central. Existem entidades do terceiro setor preocupados e centradas em ajudar a nossa sociedade. Porém, sabemos que não são todas as organizações não governamentais confiáveis, havendo inúmeros casos de desvios de verbas, apropriação indébita de recursos públicos e fraudes de toda natureza.
As forças armadas estão com seus equipamentos sucateados, defasagens salariais e absoluta falta de apoio para que possam se desenvolver tecnicamente e tecnologicamente como as demais forças armadas da maioria dos países.
É notório que nos arredores da floresta amazônica estão concentrados diversos tipos nefastos como madeireiros irregulares, bandidos travestidos de mineradores, além da posse irregular de milhões de hectares por assassinos que roubam e matam para poder passar para seus nomes a posse das terras que ocupam de forma irregular.
Seria preciso um governo com muita coragem (coisa que não temos) para implementar em conjunto com o Legislativo e o Judiciário medidas de aplicação imediata, inclusive de exceção se necessário, para a limpeza da região. Devolvendo assim a Floresta a floresta, banindo os usurpadores e colocando na cadeia os criminosos de toda espécie que lá se encontram.
O dinheiro norueguês é um excelente sinal passado pelo primeiro mundo, mas será recebido no terceiro mundo e consumido sem que seja alcançada a nobre finalidade idealizada para sua utilização.
Salvar a Floresta Amazônica é colocar para fora dela, inclusive os estrangeiros que lá estão de forma irregular sugando nossas ervas e levando-as para seus países para a produção de medicamentos que depois serão comprados pelo Brasil. Ser otimista é muito bom, mas vivendo no Brasil e convivendo com nossa classe política não podemos nos dar ao luxo de acreditar que algum dinheiro será poupada do roubo ou da ganância de nossa gente de colarinho branco.

19 de setembro de 2008

Alguns aspectos dessa eleição

Ao longo dos últimos anos quando assisto aos programas obrigatórios eleitorais, me pergunto em silêncio: Qual o motivo que levam tantos candidatos despreparados a enfrentarem aquela situação perante a sua comunidade? O que pode mover essa gente? Dinheiro? Ascensão social? Prenúncio de dias melhores para eles e seus familiares?
Chego a uma conclusão que não tem valor matemático e muito menos estatístico de que esses candidatos se dividem em três subgrupos, a saber:

1. Aqueles que lá estão e querem desesperadamente se reeleger para poderem continuar a “ajudar” a cidade em que vivem e atuam como parlamentares. A nossa Constituição deveria proibir mais do que dois mandatos para quaisquer cargos. Pelo que fazem e pelo que deixam de fazer principalmente oito anos é tempo de mais;

2. Aqueles que representam à maioria maciça dos candidatos, ou seja, inexperientes, despreparados, com o claro objetivo de poderem descolar uma “boquinha” para ajudar a si e a seus familiares. Não sabem concatenar duas frases seguidas, são péssimos na língua pátria, não entendem de leis e mal sabem o nome da cidade onde vivem;

3. Um grupo que reflete a minoria absoluta dos candidatos aos cargos de vereadores nessas eleições. São preparados, possuem nível excelente de cultura e conhecimentos gerais. Tem formação escolar adequada, sabem o que querem e seus objetivos vêm de encontro às necessidades da comunidade.

Claro que ao final das eleições quase sempre a composição final será desfavorável aos integrantes desse último grupo. Lógico que resguardadas algumas condições normalmente aconteceria o seguinte: Grupo 1 – 70% - Grupo 2 – 20% - Grupo 3 – 10%.
Teríamos então uma formação conservadora onde a turminha da casa poderia manter suas panelinhas, seus grupos e comissões sem objeções para manutenção do status quo. Os despreparados logicamente não estariam lá para questionar, discutir ou mudar seja lá o que for, mas sim para se ajeitarem durante aqueles próximos quatro anos.
Os 10% restantes que numa situação hipotética de uma Câmara com 21 vagas corresponderiam a dois candidatos por certo iriam ficar isolados e mesmo sendo preparados, inteligentes e honestos não teriam muito como brigar contra a realidade existente.
Essa situação ocorre em maior ou menor proporção nas Assembléias Legislativas e no Câmara Federal, onde já ouvi Deputados dizerem que os novatos sucumbem sempre por falta total de conhecimento do funcionamento da casa e também das regras impostas pelos grupos antigos que são majoritários.
Nessas horas, os novatos são excluídos das comissões que dão visibilidade, das lideranças dos partidos e governo, ficando quase sempre apenas para votarem naquilo que os mais antigos decidiram em salas fechadas com ar condicionado e um bom whisky.
Portanto concluo que, votar é fácil, eleger não é difícil agora acertar é tarefa hercúlea se levarmos em conta que não há renovação obrigatória, o que impediria de certa forma essa vergonha que hoje presenciamos em nosso país.

11 de setembro de 2008

Uma seleção que não é mais a do povo

Estão conseguindo acabar com uma das poucas coisas em que nosso país era o melhor e uma referência mundial – O Futebol. A gestão Ricardo Teixeira na CBF vendeu a seleção aos patrocinadores e a Rede Globo, pior ainda, vendeu a alma da seleção canarinho que tantas alegrias deu ao povo brasileiro nos últimos cinqüenta anos.
Começou esse declínio quando deu a Globo absoluta exclusividade para transmissão dos seus jogos, dando aos seus repórteres toda a primazia de terem imagens, entrevistas e até convocações com antecedência sobre a imprensa esportiva do restante do país.
Depois o declínio passou a ser da qualidade técnica da seleção que começou a ser convocada em sua maioria com jogadores que atuam no exterior. Ou seja, jogaram no lixo a premissa de que a seleção deve contar com os melhores jogadores na hora da sua convocação, é assim no mundo todo, inclusive na Seleção de Basquete Campeã dos EUA (Dream Team).
Essa mudança tem uma explicação na boca do povão, todos desconfiam que os empresários ligados a CBF, induzem a convocação de seus jogadores, que após jogarem umas poucas partidas na seleção ganham o selo ISO 14001 da CBF para poderem se transferir para clubes europeus a preço de ouro. Uma vez no exterior passam a ter passaporte único para as futuras convocações.
A verdade é que há muito tempo nossa seleção deixou de encantar o povo brasileiro, culpa da CBF que organiza um jogo no Rio de Janeiro e quer que o povão que ganha salário mínimo pague R$ 100,00 por um ingresso. E depois ainda estranham o por quê do Estádio estar vazio. Virou mercantilismo, virou uma seleção de mercenários ricos que não tem amor pela camisa da seleção, talvez não tenham nem amor próprio.
A escolha do técnico Dunga é uma das piores brincadeiras de mau gosto que já fizeram contra a seleção de futebol do povo. Ele foi um jogador de técnica apenas razoável, violento e sem nenhum carisma junta a torcida. Virou treinador num passe de mágica com o condão da varinha do Tio Ricardo Teixeira, talvez fruto de um acordo que passe pela valorização do Dunga para que seja depois técnico de clubes de segunda linha na Europa, dando ao poderoso Ricardo um tempo até a Copa de 2010 na África, para então ele contratar um treinador de verdade.
O futebol brasileiro é adorado em boa parte do mundo, mas a CBF não sabe sequer se aproveitar dessa relação e permite que a nossa equipe se transforme num bando de antipáticos e arrogantes que pensam que são os Deuses do Olimpo esportivo. A empáfia desse Ronaldinho Gaúcho é algo indescritível, a presunção de Dunga e sua comissão técnica beiram o hilário.
A torcida brasileira prefere ver seus clubes e acompanhar os campeonatos nacionais do que perder tempo com uma seleção que não tem qualidade. Um amontoado de jogadores que perderam a fibra e deixaram a alma no vestiário de algum estádio qualquer na Europa.
A seleção pode ser do Ricardo Teixeira, pode pertencer a Rede Globo, influenciada ou não pela Nike e até por empresários do mundo da bola, menos do povo brasileiro, isso é uma verdade que até o Presidente Lula sabe. E olha que tem muita coisa que ele não sabe!

5 de setembro de 2008

Afinal, quem manda nos morros do RJ?

“Conscientizar-se da própria ignorância
é um grande passo para aprender"
Disraeli
.


Nas mais de trezentas favelas cariocas, carinhosamente chamadas de “Comunidades” pelo pessoal do samba no Rio de Janeiro, ninguém sabe ao certo quem manda nas suas ruelas sem infra-estrutura urbana. Os moradores sabem que pagam impostos a fundo perdido aos governos federal, estadual e municipal. Conhecem os traficantes que lhes cobram submissão e silêncio. E temem os “milicianos” que matam em nome deles próprios.
Recentemente os chamados milicianos invadiram uma comunidade e sem dizerem uma só palavra fuzilaram dez pessoas inocentes que voltavam de seus trabalhos e não souberam por que morreram. Seus corpos foram enterrados em covas simples e agora fazem parte das estatísticas cruéis da criminalidade carioca.
Os traficantes matam inocentes dentro da comunidade em que dominam coma força do tráfico e das armas que contrabandeiam com auxilio luxuoso da omissão governamental. Vez por outra invadem favelas vizinhas e assassinam o que chamam de rivais. Assim é o cotidiano de um povo sofrido e que ao invés de segurança pública tem a expectativa de ver sua cidade sediar uma Olimpíada.
Só pode ser piada de mau gosto, não se pode imaginar outra coisa senão a ganância desmedida de meia dúzia de aproveitadores que em nome da corrupção querem se locupletar com o dinheiro público. O Brasil já está no pódio há mais de quarenta anos e não é por nenhuma modalidade esportiva, mas sim, pela sua participação ativa no bloco dos países mais corruptos do planeta.
Não existe lugar assim no mundo civilizado, onde a justiça é para poucos e não consegue rigor algum contra os poderosos dos colarinhos brancos. Onde a força policial está debilitada graças à falta de investimentos e estrutura mínima para o combate a criminalidade.
A sociedade precisa gritar e fazer o seu Estado ouvir suas súplicas, evitando a continuidade de tantos gastos absurdos com projetos megalomaníacos e pretensiosos para sediar jogos olímpicos. O povo precisa de segurança, empregos, saúde pública, educação e habitação. Favela não é condomínio de luxo, chega de tanta desfaçatez.

Lagosta à moda da pizza brasileira

“O poder da observação cuidadosa é chamado
cinismo por aqueles que não o possuem”
G. Shaw .

Dentro da unidade prisional Bangu na cidade do Rio de Janeiro existe uma ala que abriga os detentos com formação universitária e policiais. Em tese uma ala mais tranqüila e com menos periculosidade por metro quadrado que as demais sete alas daquele imenso presídio carioca.
Segundo denúncias que estão sendo apuradas através de uma sindicância interna aberta pela direção daquele complexo prisional, alguns detentos estariam fazendo pressão para alterar o cardápio existente em troca de um rico em frutos do mar e outras iguarias que normalmente não estão nos pratos dos presos e nem dos trabalhadores brasileiros.
A revolta da lagosta como imagino deva ser chamado esse movimento reivindicatório do pessoal da nata recolhido aquele xadrez, pode fazer escola e transformar a alimentação nos demais presídios de norte a sul em nosso país.
Ao invés de arroz, feijão, bife e batata frita, cardápio que faria milhares de brasileiros que passam fome delirarem à mesa de alimentação entra a lagosta a termidor, com aspargos, molho francês e um bom vinho porque ninguém é de ferro.
Essa é a dura vida de quem comete crimes do colarinho branco nesse país. Desviam milhões dos cofres públicos, são presos, às vezes condenados, mas nunca presos, pois fogem do país como Cacciola ou ainda impetram hábeas corpus para ficarem impunes no seio da nossa sociedade.
Mas quando são obrigados a ficar mesmo que temporariamente em celas no chamado regime fechado, conseguem burlar a regra, burlar a burocracia e impor um status quo que causa arrepios a toda sociedade. Só não incomoda a nossa justiça e aos nossos governantes, pois esses nunca se incomodaram em fiscalizar e banir do sistema carcerário brasileiro todo tipo de acinte e imoralidade vigentes.
Juntemos a lauta refeição dos magnatas às visitas obscenas que recebem em salas conjugais. As saídas denominadas “indultos” a cada novo feriado independente do motivo do mesmo. A aceitação do poder público em permitir visitas que introduzem celulares, drogas e armas para facínoras que a partir de então passam a comandar o tráfico da própria cadeia.
Nosso sistema prisional seja no complexo de Bangu, de onde recebemos ligações de bandidos nos intimidando com falsos seqüestros de parentes ou em qualquer outro menos conhecido, é falido e precisaria de uma reforma moral, estrutural e científica para que pudéssemos enfim ter a certeza de que uma vez presos, os criminosos teriam o que merecem, nada mais do que isso.
Provavelmente o governador do Rio de Janeiro que estava tentando conseguir apoio para trazer a olimpíada de 2016 para seu Estado não soubesse dessa e de outras imoralidades que acontecem à luz do dia em seu Estado. Assim fica fácil ser governante ou criminoso, duro é ser operário, aposentado e cidadão honrado.

29 de agosto de 2008

Zapeando o noticiário

Indiciamento dos responsáveis
A mãe do bebê que caiu acidentalmente do terceiro andar e sobreviveu graças à piedade divina e a sua fralda que enroscou no muro e teve sua queda amortecida, evitando-se assim sua morte. Pois o Delegado de plantão no bairro de Boa Viagem em Recife vai agir com o rigor da lei e do Estatuto do Menor e do Adolescente. Engraçado, pois em São Paulo um jovem de 11 anos, já roubou dez carros, motos, e ninguém da polícia ou dos direitos humanos responsabilizou civil e criminalmente seus pais. Uma mãe cujo bebê sofre um acidente é tratada como criminosa e os pais que fingiram que o filho era normal enquanto ele roubava nas madrugadas paulistanas é um pobre coitado à luz da lei.

Serra anuncia que vai aumentar o ICMS sobre o álcool combustível em SP.
Uma coisa que nenhum economista consegue explicar é o por que quando um produto sofre diminuição de encargos e taxas sua redução é demorada e muitas vezes nem ocorre, enquanto que quando o mesmo produto recebe um acréscimo mesmo que imperceptível no seu custo de produção o consumidor é penalizado imediatamente, antes até do mesmo chegar às prateleiras ou estoque para consumo? Se o ICMS diminui para o Usineiro, o combustível não abaixa um centavo na bomba para o motorista, mas se o ICMS subir 0,5% para o ganancioso produtor, na mesma hora o produto sobe, inclusive aquele estoque que já havia sido comprado anteriormente ao aumento.

Contratações
Para acabar de vez com o desemprego, o governo federal anunciou a contratação de noventa mil novos funcionários para o ano de 2009. São vagas em diversos órgãos e sempre plenamente justificadas pelo staff do Presidente Lula. Enquanto isso, para não ficar por baixo mais uma vez, o Judiciário conseguiu a aprovação no Senado, na calada da noite para a criação de quase mil cargos para o TST, TCU, STJ e outras siglas mais que não vem ao caso. Esse pessoal do executivo nunca faz remanejamentos, reengenharia ou uma profunda reestruturação em seus quadros inchados. Isso é coisa para a iniciativa privada, no paraíso da vida pública prevalece o nepotismo, a contratoterapia e a farra do boi gordo.

Isonomia – Uma palavra mágica em Brasília
É incrível como a palavra isonomia é usada nos corredores e esquinas do Distrito federal. Isonomia segundo o Dic. Aurélio significa: “Igualdade de todos perante a lei, assegurada como princípio constitucional”. Ela é usada da seguinte forma com freqüência: O Poder Legislativo aumenta os vencimentos e o Poder Judiciário requer a isonomia para seus membros. Ou vice versa, não importa a ordem, o que importa é que enquanto o povão fica com o salário mínimo, a classe média com o “imposto máximo” a realeza (Poder Executivo, Judiciário e Congresso Nacional) ficam nadando em águas claras na “nababia” de Brasília. Como os salários estão convenientemente atrelados estima-se que a brincadeira ficará na casa dos R$ 153.759.667,62 para o Poder Judiciário e R$ 71.024.943,00 para o Ministério Público, pois a isonomia entre os poderes está sendo solicitada retroativa a 13 meses de 2007 e 10 meses de 2008. Que lindo! Esse valor seria suficiente para construir a Linha amarela do Metrô em SP.

22 de agosto de 2008

Racismo, indiferença ou modismo

“A história dos grandes acontecimentos do mundo
não é mais do que a história dos seus crimes “
Voltaire

Muitos países ao redor do mundo ainda sofrem com a fome, a doença e a ascensão ao poder de tiranos absolutistas ou de grupos terroristas que se dizem revolucionários enquanto matam e inserem crianças em seu mundo de criminalidade banal.
Na África, principalmente, mas também na Ásia e até na América Central esses regimes ditatoriais se espalham com o vento e conseguem se manter graças ao desprezo vindo da ONU e dos países ricos do primeiro mundo.
Nesse sentido nos chama a atenção o enorme “desespero” dos cidadãos do mundo afora em favor da liberdade do Tibet. Sou a favor de toda e qualquer democracia que garanta a liberdade de fato e de direito aos mais variados povos do nosso mundo. Mas como explicar que alguns somente são a favor daquelas minorias que garantam holofotes gigantes ao seu redor?
A proximidade dos jogos de Pequim em mais uma edição das Olimpíadas enfureceu os militantes “Pró-Tibet”. Pena que nunca os tenha visto enfurecidos com relação à morte de milhões de africanos por fome, guerras e assassinatos cruéis sem que a mídia tenha sido mobilizada como estão fazendo em relação aos monges tibetanos.
Qual a diferença entre exigir liberdade para singelos monges tibetanos e negros da Mãe África? Qual a diferença em salvar o Tibet em relação a devolver a dignidade aos Haitianos na América Central?
Por que recebemos centenas de mensagens em nossos computadores repassadas aos milhões pelo mundo afora pedindo intervenção na poderosa China comunista sem que os mesmos signatários o façam em relação aos pobres espalhados pelo resto do mundo, terceiro mundo, diga-se de passagem?
Seria apenas um modismo passageiro e sem consistência política e ideológica ou seria o desprezo pela luta verdadeira contra os abusos que partem dos neoliberais que vendem armas e munições para abastecer os guerrilheiros e ditadores do fim do mundo? Contra Cuba, China e Rússia estão todos, mas a favor da proliferação das armas americanas, francesas e inglesas somente alguns?
Certo seria o Tibet ter a sua oportunidade de permanecer em paz e desfrutando de sua cultura milenar, sem a pressão militarista dos comunistas chineses.
Certo seria que todos pudessem também lutar e exigir o fim das tiranias praticadas por governantes travestidos de bandidos contra africanos indefesos e esfomeados.
Certo seria que houvesse pressão mundial contra a política imperialista americana, que sufoca países, rouba petróleo em nome da democracia e da paz, vende armas para ditadores aliados e ainda desrespeita tratados ambientais que poderiam equilibrar o futuro do planeta. Pratica atos que ferem os direito humanos em nome da luta contra o terrorismo que eles mesmos alimentam.

16 de agosto de 2008

Tirando as algemas


“Quando o dinheiro fala, a verdade cala”.
Provérbio Chinês
O STF está mesmo impossível, depois de optarem em aceitar que candidatos com nomes sujos na praça, cobertos de lama até o pescoço possam participar livremente das eleições a cargos públicos, agora resolveram abolir as algemas para não “intimidarem” aqueles que não tiveram nenhum pudor de cometerem toda sorte de crimes contra os honestos que pagam impostos aos montes na nossa sociedade.
É mais uma demonstração cabal e inequívoca de que a nossa justiça está voltada aos interesses de uma minoria sórdida e que as leis e todas as suas inúmeras armadilhas processuais ficam para o povo. Pasmem, até o traficante Fernandinho Beira Mar pôde ficar no tribunal sem algemas!
Ser político num país como o Brasil é mesmo um grande negócio, salários de marajás indianos, benefícios que crescem mais que capim, oportunidades para grandes maracutaias e ainda o amparo sempre servil da justiça brasileira.
Como pode o órgão máximo da justiça enveredar pelo caminho da subserviência aos criminosos do colarinho branco? Como pode essa mesma justiça dar tratamento VIP para aqueles que em tese são os maiores criminosos do país. Os banqueiros Dantas, Cacciola juntos com alguns empresários perpetuaram golpes na nossa sociedade em valores que passam da casa dos bilhões de reais.
É por isso que a nossa classe abastada tem ojeriza dos países como Cuba, Rússia e principalmente a China, pois naqueles países a justiça não perdoa crimes contra as finanças públicas e os criminosos ficam apodrecendo nas cadeias.
Então ficamos assim, os criminosos do colarinho branco se forem presos pela competente Polícia Federal, não poderão ser algemados, de preferência não deverão ser filmados sendo transportados para a sede da PF. Ficarem presos nem pensar, pois o STF providenciará a soltura através do primeiro Hábeas Corpus que lá chegar.
Assim é o Brasil, país de milhões de pessoas honestas sendo governados por ineptos, falastrões e fanfarrões de toda ordem. A educação é fictícia e ajuda a manter os mais pobres longe da cultura e do conhecimento, facilitando e muito a eleição dos mesmos sempre. A justiça é para os mais ricos e poderosos e as leis para o povo pobre e sofrido.

12 de agosto de 2008

Momento olimpíco

Longe de Pequim/2008
Definitivamente o espírito olímpico está longe, mas muito distante do chamado mundo civilizado. No Iraque, os americanos capitaneados pelo beócio George W. Bush mantém seus pobres soldados numa frente de batalha que não existe em termos de guerra.
Na verdade o que mantém os americanos e seus aliados naquele país é a ganância pela exploração de barris de petróleo. A guerrilha urbana, a doença, a terra arrasada e seu povo desnutrido e sem saída parecem não comover nenhum habitante da terra, que nesse momento preferem ficar preocupados com a estranha culinária chinesa.

Perto de Pequim/2008
Seguindo os passos de Bush o primeiro ministro russo Putin, resolve atacar civis na Geórgia por conta de uma disputa pela Ossétia do Sul. Um pequeno território dentro da própria Geórgia, mas que pertence à Rússia toda poderosa. Somente no primeiro ataque os russos conseguiram ceifar duas mil vidas de civis inocentes enquanto estavam em suas casas.
Não importa a quem pertença o território insignificante da Ossétia do Sul, em pleno século XXI, existem dezenas de formas de negociação que deixem de lado métodos medievais e sanguinários de apropriação de territórios.
Lamentável que tanto o governo da Geórgia quanto o Russo não tenham discernimento suficiente para evitarem derramamento de sangue inocente de crianças e idosos que sequer carregavam uma arma nas mãos.

Discursos patéticos
Diante dos olhos e ouvidos do mundo o presidente dos EUA – George W. Bush em seu discurso antes de adentrar a China para assistir a grandiosa festa de abertura dos jogos olímpicos, chama a atenção para a sua enorme desfaçatez.
Nesse quesito seria com certeza medalha de ouro se a modalidade fizesse parte dos jogos olímpicos. Pois não é que Bush chamou a atenção da China para a falta de liberdade existente naquele país? Como se o embargo comercial imposto pelos americanos a Cuba fosse digno de um prêmio Nobel da paz há mais de quarenta anos.
Não se segurando o mesmo homem que mandou invadir o Iraque baseado em mentiras e pensando somente nos interesses mais escusos possíveis, vem repreender Vladimir Putin da Rússia por sua invasão a Geórgia. Claro que Putin está errado, mas o roto jamais deveria falar do rasgado tendo seu rabo preso a atrocidades que mereceriam julgamento como crimes de guerra.

8 de agosto de 2008

Dois lados de um grande projeto

“No meio de qualquer dificuldade
“encontra-se a oportunidade.” Albert Einstein.


Existem situações e opiniões sobre certos fatos que podemos aceitar duas vertentes e ambas podem estar corretas dependendo do interlocutor que as está ouvindo ou lendo. Na China existe uma fábrica de atletas olímpicos que engloba diversos esportes e basicamente levam as crianças ao treinamento constante desde os seis anos até os vinte e poucos anos. Formando medalhistas e cidadãos para o futuro.


As crianças são obrigadas a deixar suas famílias, pois ficam em tempo integral treinando, estudando e dormindo nesse centro de treinamento avançado. As visitas aos pais são realizadas aos finais de semana dependendo de uma liberação dos treinadores.

A escolha dos predestinados é feita por olheiros espalhados pela República Chinesa. Muitos são os candidatos, demonstrando à priori que aquela forma de se submeter ao treinamento em tempo integral é uma espécie de sonho de consumo da gurizada e de seus familiares.
Os resultados práticos são plenamente favoráveis ao governo chinês, pois são muitos os atletas que já conseguiram o lugar mais alto do podium em Mundiais e Olimpíadas, tendo nascido para o esporte nesse centro de treinamento chinês.

Entretanto, duas são as análises que podemos fazer sobre a aplicabilidade e a forma de fazê-lo pelo governo ditatorial da China, se quiséssemos implantar o projeto em solo tupiniquim:

A favor teríamos o fato de que poderíamos tirar das ruas e das drogas milhares de crianças e com isso incluí-las no ensino buscando sua formação educacional e ao mesmo tempo podermos formarmos alguns atletas que se juntariam aos cidadãos que sairiam dessa “fábrica” de atletas.

E contra esse método teríamos o argumento de que não devemos tirar a criança do convívio da sua família, robotizando e transformando-a num meio para se alcançar um fim esportivo. A criança é no caso da China praticamente “estatizada”, passando a ser tratada como um militar em regime de guerra.

O treinamento exaustivo, a formação escolar podem ser aplicadas sem que a criança perca por todo o sempre o convívio familiar ao final de cada dia, ficando em regime fechado apenas aqueles que fossem órfãos.

Como no Brasil nossas crianças crescem nas favelas muito longe de uma religião, distantes às vezes até da própria escola, vitimas da massificação do tráfico de drogas e da ausência constante do poder público, é normal que aceitemos o exemplo da China como correto para o Brasil, desde que, é claro, façamos as devidas adaptações ao nosso modo de vida ocidental.